Projeto instala lavatórios públicos em bairros periféricos de SP
O Projeto Florescer precisa da sua ajuda para continuar o trabalho com moradores de rua, catadores e comunidades na capital paulista
Segundo a Unicef, duas em cada cinco pessoas no mundo não têm instalações básicas com água e sabão para lavar as mãos. No caso do Brasil, a falta de recursos para a higiene é uma das maiores preocupações de líderes comunitários, principalmente durante a pandemia do novo coronavírus, que requer cuidado redobrado.
Foi com o objetivo de colaborar para a universalização do acesso à água e ao saneamento básico no país que os arquitetos criaram o Projeto Florescer, em maio de 2019.
“A nossa ideia é ser uma iniciativa de responsabilidade socioambiental, atuando como um hub de incentivo às economias locais. Então, nós unimos parceiros e organizações de todos os setores em prol dessa universalização do acesso à água e ao esgoto, priorizando sempre serviços dessas localidades mais vulneráveis”, afirma Felipe à Catraca Livre.
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Em meio à crise do coronavírus, o Florescer está atuando em três ações emergenciais. Nas primeiras ações, foram distribuídos alimentos e kits de higiene (sabão, álcool em gel, máscara e papel higiênico) a comunidades da capital paulista. No total, cerca de 2 mil pessoas foram impactadas.
Uma segunda intervenção, já iniciada, foi a instalação de dois lavatórios portáteis públicos no Jardim Colombo, na zona oeste, e no Capão Redondo, na zona sul. Para viabilizar a ação, os arquitetos lançaram uma campanha de financiamento coletivo, além de coletar doações de pessoas jurídicas.
A ideia, agora, é espalhar lavatórios em outros bairros periféricos da cidade. “Esses lavatórios vão ficar nesses locais perto de associações ou projetos, para cuidarem deles, até o final dessa crise. Depois, a ideia é que sejam convertidos em bebedouros”, ressalta o idealizador.
Uma terceira iniciativa, que será realizada nas próximas semanas, consiste em levar acesso à água para moradores de rua e colaborar para que os catadores de recicláveis tenham alguma renda.
A ideia é fazer uma intervenção nas carroças desses trabalhadores, inserindo um eco tanque, com capacidade de 80 litros de água, e um dispensário de sabão biodegradável. Cada catador vai acompanhar a equipe de entrega de alimentos e oferecer água e sabão para os moradores de rua higienizarem as mãos. A diária dos catadores será garantida também.
A campanha está na fase final de captação para duas unidades dos eco tanques. Uma primeira unidade foi doada e será usada na ação inicial, que deve acontecer na próxima terça-feira, 14 de abril, em parceria com uma ONG de alimentação.
De acordo com o arquiteto, a equipe mapeou previamente as regiões onde os moradores de rua não puderam ser acolhidos pelos abrigos públicos e identificaram as cooperativas de catadores, priorizando aqueles que não têm cadastro na prefeitura. “A gente se colocou à disposição para ajudar nesse cadastramento se for o caso”, completa.
O coordenador do projeto reitera que São Paulo conta hoje com mais de 24 mil moradores de rua, dos quais cerca de 11 mil são considerados acolhidos e os outros 13 mil estão de fato em situação de rua. “A gente quer atingir, principalmente, cerca de 2.500 pessoas com mais de 60 anos, ou seja, do grupo de risco.”
Segundo Felipe, em todas as ações, a iniciativa busca fortalecer as economias locais, ou seja, dentro das próprias comunidades. “Por exemplo, priorizamos comprar os alimentos para doação em um mercadinho dentro da comunidade. Além disso, o fotógrafo [Andre Casalle] é morador da região”, explica.
Outra ideia é manter os doadores do Florescer conectados com as pessoas que eles ajudaram. “Junto a uma empresa chamada Guilu, do Capão Redondo, a gente vai disponibilizar uma plataforma para prestação de contas. A ideia é que todos colaboradores recebam uma foto das comunidades e dos moradores de rua atendidos para saberem quem eles impactaram”, finaliza.
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