Show de Roger Waters é palco de batalha #EleNão #EleSim no DF

Lendário integrante do Pink Floyd volta a protestar contra Jair Bolsonaro em apresentação no DF

Depois de dividir a opinião dos fãs brasileiros nas apresentações em São Paulo, a pergunta que não quer calar é: ele vai continuar fazendo isso nas próximas apresentações? Por ora, a resposta é sim. Na apresentação no estádio Mané Garrincha, na noite do sábado (13), em Brasília (DF), o show novamente apoiou o #EleNão e causou polêmica.

Roger Waters exibiu novamente no telão uma lista de “neofacistas”, entre eles constava o nome de  Jair Bolsonaro. Sobre ele havia uma tarja dizendo: ” ponto de vista político censurado”. A exibição dividiu a opinião dos fãs do ex-Pink Floyd começaram uma verdadeira batalha de #EleNão #EleSim, acompanhada de vaias e aplausos.

Nas arquibancadas alguns cartazes diziam “We will resist” (nós vamos resistir) ou ainda “Resistance” (resistência), junto de #EleNão. Na pista, as opiniões do público eram divididas. Na pista premium, com ingressos que chegaram a custar R$ 720, a maioria do público gritava “mito, mito”.

No palco um grupo de crianças de Brasília roubou a cena ao se apresentar usando uniformes de presidiários americanos com a estampa “resist“.

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BRASILIA CROWD BROKE OUR AUDIENCE VOLUME RECORD FOR THESE KIDS!

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O cantor, compositor e baixista já havia exibido esta lista por aqui, nos shows realizados no Allianz Parque, em São Paulo (SP). Na primeira apresentação, dia 09 de outubro, que durou quase três horas, após a música “Another Brick in The Wall”, muito famosa por criticar o autoritarismo em sala de aula, mensagens a favor dos direitos humanos foram apresentadas. Em seguida, uma lista de neofacistas que contava com alguns nomes como Donald Trump, nos EUA, Vladimir Putin, na Rússia, premiê Viktor Orbán, na Hungria. Por fim, havia Jair Bolsonaro como último do ranking, representando o Brasil.

Com essa exibição o fundador do Pink Floyd Waters foi vaiado e aplaudido. O show teve continuidade e ao final da música “Eclipse”, alguns raios laser formaram o prisma da capa do álbum do artista “The Dark Side of the Moon” sobe a plateia e surgiu no palco a hashtag #EleNão. Nesse momento a plateia iniciou gritos de “Vai pra Cuba!” ou “Lixo!”. Waters rebateu: “Vocês têm uma eleição chegando. Eu sei que não é da minha conta, mas eu preciso dizer que sou contra o fascismo”.

Telão em show de Roger Waters em São Paulo apontou fascismo
Créditos: Reprodução/Twitter
Telão em show de Roger Waters em São Paulo apontou fascismo

Depois dessa primeira polêmica apresentação, na segunda noite, dia 10 de outubro no mesmo estádio, o nome do candidato à presidência do PSL, apareceu novamente, porém  coberto com uma faixa que dizia: “ponto de vista político censurado”. Mas em seguida, o nome de Jair Bolsonaro apareceu sem nenhuma tarja. A exibição repercutiu nas redes sociais e muitos fãs acharam que o cantor havia sido mesmo censurado, o que de fato, não ocorreu, foi apenas uma provocação.

Roger Waters mostrou faixa de suposta censura em protesto durante show
Créditos: Reprodução/Twitter
Roger Waters mostrou faixa de suposta censura em protesto durante show

A turnê mundial “Us + them” que passou pelos Estados Unidos e Canadá chegou ao Brasil. Ao todo serão oito apresentações, passando por sete capitais brasileiras, realizadas até o fim do mês de outubro, ou seja, seguirão mesmo depois do segundo turno das eleições, dia 28 de outubro. Confira abaixo a agenda de shows:

  • São Paulo (09 e 10/10)
  • Brasília (13/10)
  • Salvador (17/10)
  • Belo Horizonte (21/10)
  • Rio de Janeiro (24/10)
  • Curitiba (27/10)
  • Porto Alegre (30/10)

O lendário integrante do Pink Floyd esteve no Brasil seis anos atrás na turnê “The wall live”, porém a deste ano é a essa é a maior que o britânico já fez no País. “Us + them” ainda será apresentada na Oceania, e em 23 países da Europa.