Se a URSAL existisse, como ela seria?
O termo viralizou nas redes sociais após ser utilizado pelo presidenciável Cabo Daciolo no debate da Band no último dia 9 de agosto
Desde a noite da última quinta-feira, 9, quando aconteceu o primeiro debate televisionado com os candidatos à presidência da República na Band, o termo URSAL (União das Repúblicas Socialistas da América Latina) se tornou o novo viral das redes sociais brasileiras.
Na ocasião, o presidenciável Cabo Daciolo questionou a seu concorrente Ciro Gomes, o que ele “poderia falar” sobre o tal plano que visa instituir o socialismo na América Latina.
Sigla até então desconhecida, a URSAL rapidamente se tornou o assunto mais comentado do debate, alcançando os trending topics do Twitter por quase 24 horas em todo o mundo – termos mais comentados da plataforma digital de 280 caracteres.
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Mas afinal, se a URSAL de fato existisse, como ela seria?
Acrônimo para União das Repúblicas Socialistas da América Latina, a URSAL é um termo criado em 2011 pela socióloga e professora universitária aposentada Maria Lucia Victor Barbosa como uma crítica a um encontro do Foro de São Paulo em Havana, capital de Cuba, que reuniu líderes de países americanos como o então postulante a presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-mandatário cubano, Fidel Castro.
Conforme informações do jornal Folha de S.Paulo, Maria Lucia criou a sigla como uma forma de deboche à reunião e aos assuntos tratados na época, quando o petista discursou contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Desde então, a teoria ficou famosa entre conservadores da direita brasileira e críticos ferrenhos da esquerda e tudo que possa advir de tal ideologia. Para os que creem na URSAL, tal qual o Cabo Daciolo, essa seria uma ideia que arremete ao conceito de Pátria Grande, tendo como um exemplo a União Soviética, extinta em 26 de dezembro de 1991.
Poderio econômico, cultural e territorial
Não passasse de mero delírio da extrema direita canarinha, a URSAL seria composta por 16 países, dentre os quais Brasil, Argentina, Venezuela, Uruguai, Equador e Bolívia. Ocupando mais da metade de todo o continente americano, a soma de todas essas nações traria grandes feitos em diferentes áreas, que vão desde a questão político-econômica à cultural.
Por se tratar de territórios historicamente colonizados por Portugal e Espanha, à época do descobrimento da América, a URSAL teria dois idiomas oficiais: o português e o espanhol.
No campo econômico, a junção do produto interno bruto de todos os países-membros do grupo daria um total de US$ 3,6 trilhões, totalizando a quinta maior economia do mundo, a frente de países tradicionais como Reino Unido e Itália, perdendo apenas para Alemanha, Japão, China e Estados Unidos.
Já no âmbito do entretenimento, o bloco contaria com fenômenos como Shakira, Ivete Sangalo, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Thalía, entre tantos outros na esfera musical; Sofía Vergara, Fernanda Montenegro, Sônia Braga, Rodrigo Santoro, Gael García Bernal, Diego Luna, Pedro Pascal, Ricardo Darin, Wagner Moura, Alice Braga, entre outros na dramaturgia.
Entre aqueles que morreram, mas cujos nomes permanecem na história por seus feitos, a URSAL poderia orgulhar-se de Frida Khalo, Gabriel García Márquez, Jorge Amado, Clarice Lispector, Evita Perón, Vinicius de Moraes, Tom Jobim e Ayrton Senna são apenas alguns exemplos.
Como o futebol é uma das paixões do povo latino, a URSAL teria uma seleção praticamente imbatível, podendo ostentar em seu time nomes como Neymar, Lionel Messi, Luis Alberto Suárez, Marcelo, Edinson Cavani, Arturo Vidal, James Rodríguez, entre outros, além de ser nove vezes campeã da Copa do Mundo.