Lista de vestibular da UERJ expõe candidatos trans

UERJ é denunciada por segregação e preconceito em lista de notas de vestibulandos

A lista de notas do vestibular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) destacou os nomes sociais dos estudantes transgêneros e ainda expôs os nomes de registro.

O caso de segregação e preconceito foi denunciado nas redes sociais por candidatos que temem por represália e serem alvos de violência.

Lista de vestibular da UERJ expõe candidatos trans
Créditos: Reprodução
Lista de vestibular da UERJ expõe candidatos trans

A lista foi publicada no site da instituição.

Transfobia é crime!

Apesar de transfobia e homofobia não serem a mesma coisa – um diz respeito à violência contra a identidade de gênero e o outro à orientação sexual – a criminalização da homofobia pelo STF, em junho de 2019, se estende a toda comunidade LGBT e também equipara atos transfóbicos ao crime de racismo. Nesta matéria aqui, explicamos como denunciar esse tipo de crime.

UERJ destacou os nomes sociais dos estudantes transgêneros
Créditos: iStock
UERJ destacou os nomes sociais dos estudantes transgêneros

Outra lei que protege as mulheres trans, em especial, da transfobia é a Lei Maria da Penha. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em maio de 2019, um projeto que inclui mulheres transgêneras e travestis na Lei de proteção à mulher.

A proposta altera um artigo da lei que diz “toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião” não pode sofrer violência, incluindo o termo “identidade de gênero”. A proposta está parada na Câmara e especialistas preveem que caráter mais conservador dos Deputados será um obstáculo.

Entretanto, há casos de transfobia julgados como violência doméstica. Em maio de 2018, uma decisão inédita da Justiça do Distrito Federal indicou que os casos de violência contra mulheres trans podem ser julgados na Vara de Violência Doméstica e Familiar e elas devem ser abarcadas em medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.

A linguagem é simbólica

Atualmente, a transfobia no Brasil é um crime equiparado ao racismo, assim como a homofobia
Créditos: iStock/@Baluchis
Atualmente, a transfobia no Brasil é um crime equiparado ao racismo, assim como a homofobia

Não pense que tudo isso que listamos aqui é frescura! Nada disso, a linguagem é simbólica e respeitar essas diferenças é um grande passo para neutralizarmos a transfobia no Brasil.

É legal ressaltar também que não é crime você não saber algo – crime é atacar de forma preconceituosa a comunidade trans.

Tente se lembrar dos termos e do uso dos artigos corretos quando for conversar com uma pessoa transgênero, que tudo ficará bem!

Caso tenha dúvidas, pergunte a pessoa com quem está conversando ou se referindo como ela prefere ser chamada

Lista de vestibular da UERJ expõe candidatos trans
Créditos: Divulgação/UERJ
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