Datafolha aumenta suspeita de que Bolsonaro não acaba seu mandato
Essa é a conclusão mais óbvia da pesquisa Datafolha divulgada neste domingo, 6 de abril: Jair Bolsonaro tem um alto risco de não acabar seu mandato.
Motivo: nenhum presidente se desgastou tão profundamente em tão pouco tempo.
O Datafolha comparou presidentes nas mesmas condições: 3 meses e em primeiro mandato.
30% dos brasileiros consideram o governo de Bolsonaro ruim ou péssimo.
Ótimo e bom: 32%.
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Regular: 33%.
É uma avaliação pior, por exemplo, do que Fernando Collor ( 19% de ruim e péssimo) e Dilma Rousseff ( 7% de ruim e péssimo); Lula ( 10%).
Grande parte do desgaste foi provocado pelo próprio Bolsonaro, seus filhos ou seu aliados.
Sua estratégia de comunicação que foi um sucesso nas eleições é um fracasso no governo.
Suas tentativas de ganhar likes viraram tragédias de opinião: golden shower ou apoio ao golpe militar.
Debates sobre se nazismo é esquerda expõe o governo ao ridículo.
A crise do MEC revela uma crise gerencial.
Os filhos dos presidente não param de fazer trapalhadas.
A última delas foi de Flávio Bolsonaro atacando, sem necessidade, o Hamas.
O nível de desemprego aumentou.
Bolsonaro tem de aprovar uma impopular reforma da previdência que não foi explicitada na campanha eleitoral.
Tudo isso aumenta a suspeita de que ele não termina seu mandato se não mudar seu estilo.
Não é à toa que muita gente influente já reverencia o vice Hamilton Mourão.
Baixa popularidade traz um círculo vicioso: afinal, sem apoio entre os eleitores fica mais dificíl aprovar medidas no Congresso que, por sua vez, produzem mais impopularidade.