Até agora, Enem 2020 deu prejuízo de mais de R$ 332 milhões
Enem bateu recorde histórico de abstenção: 51,5%
Cada candidato custa R$ 117 ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A primeira etapa de 2021, realizada no último domingo, 17, foi marcada por uma abstenção sem precedentes (51,5%). Com esses 2,8 milhões de abstenções, o MEC, até agora, perdeu aproximadamente R$ 332,5 milhões.
Mais da metade dos estudantes não realizaram a prova dessa edição para evitar aglomerações e preservar a vida –deles e de seus familiares– em meio à pandemia do novo coronavírus.
Entidades estudantis, como a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e a UNE (União Nacional dos Estudantes), além de outras ligadas à educação, pediram o adiamento do exame devido ao grande risco de infecção pela covid-19, mas o Ministério da Educação manteve seu calendário. Mesmo as iniciativas jurídicas, salvo como ocorreu no Amazonas, não conseguiram alterar as datas.
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Outras sugestões, como realizar apenas uma prova simplificada neste ano, o que reduziria pela metade o número de estudantes nos locais preparados para receber os estudantes, não foram consideradas pelo MEC, mesmo com a presença da pandemia desde o início de 2020.
Apesar de o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela realização do Enem, ter criado regras e divulgado medidas para evitar o contágio pelo vírus, estudantes relataram aglomerações, quebras de protocolos sanitários e salas lotadas. Tudo isso com menos da metade dos inscritos.
MEC
O Enem 2020 é realizado nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021 (versão impressa) e em 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021 (versão digital).
Segundo informado pelo Inep, 5.523.029 estudantes se inscreveram no Enem, mas apenas 2.680.697 (48,5%) compareceram no dia da primeira prova.
No domingo, 17, o ministro classificou o Enem 2020 como um sucesso. Para o ministro da Educação, Milton Ribeiro, o “medo da contaminação” e o “trabalho contrário da mídia” foram os responsáveis pela desistência dos candidatos.
“Gostaria de qualificar o Enem, no meio da crise sanitária, como algo vitorioso para não atrasar mais a vida de milhões de estudantes. Não atrasamos a educação brasileira”, disse o ministro.
“Tivemos uma aplicação tranquila do ponto de vista da segurança sanitária“, afirmou presidente do Inep, Alexandre Lopes. “Houve avaliações e verificações pelos órgãos competentes. Não tivemos nenhum local de prova interditado por questões de saúde. Diante disso, reafirmamos, aqui, o nosso compromisso com a realização de uma prova segura no que diz respeito às questões sanitárias.”
Na ocasião, o Inep não respondeu sobre o desperdício de recursos devido à alta abstenção.
A Catraca Livre entrou em contato com o Inep. Segundo o instituto, os custos só podem ser calculados após o término da aplicação, pois depende, entre outras coisas, do número de redações que precisarão de correção. Portanto, o cálculo correto só pode ser feito no fim desta edição do Enem.