Coletivo feminista oferece aula gratuita de redação para mães
Falta um pouco mais de duas semanas para o Enem 2016. Com o objetivo de acolher as mães com filhos pequenos que não têm tempo ou condições de se preparar para a prova que possibilita o acesso a universidades públicas, o coletivo “Mães Feministas“, de São Paulo, vai organizar um aulão coletivo e gratuito de Técnicas de Redação. Será neste domingo, 23 de outubro, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado São Paulo (Sinprev).
O público-alvo das aulas são mães de baixa renda da periferia, mas demais interessas também podem participar – a aula é restrita para mulheres, e pessoas trans também serão super bem-vindas. As interessadas em participar devem escrever para coletivoencontrodemaes@gmail.com. Clique aqui para saber mais.
Quem vai ministrar a aula é uma professora doutora pela Universidade de São Paulo, com professoras auxiliares que farão plantão de dúvidas. E um detalhe é fundamental para o caráter inclusivo da iniciativa: crianças e bebês podem acompanhar as mães nas aulas. Haverá cuidadoras para tomar conta dos pequenos enquanto as mães estudam. É necessário apenas que a aluna informe com antecedência a idade da criança, para que a equipe possa organizar a atividade mais adequada para a faixa etária.
Durante o curso, os lanches são coletivos e cada aluna deve levar o seu próprio material de estudo. A aula será relizada das 15h às 18h, e o endereço do Sinsprev é Rua Antônio de Godói, 88, no Centro de São Paulo.
Educar é empoderar
“Acreditamos e buscamos o empoderamento materno através da difusão e compartilhamento de informações”, justifica o coletivo, na descrição do curso no Facebook. Joice Melo, membro do coletivo, diz que esta aula é a primeira de outras que elas querem organizar. Segundo ela, estão articulando a próxima para o dia 30 de outubro, que deve ser um plantão de tira dúvidas sobre Inglês e História.
A iniciativa do coletivo ressalta a importância de garantir acesso a um preparo de qualidade ao vestibular para a população periférica, que ainda é insuficiente no âmbito da iniciativa pública, o que faz com o ensino público superior seja majoritariamente ocupado por pessoas com mais e recursos. Quando as alunas são mães e não têm com quem deixar os filhos, a situação se agrava ainda mais.
Diante desse contexto, ações como essa do Coletivo “Mães Feministas” promovem a inclusão e atuam diretamente na qualidade da infância das crianças, já que, quanto mais capacitadas forem as mães, melhores serão as condições que elas poderão oferecer aos filhos.