Globo rebate ministro da saúde, que chamou a mídia de sórdida
“O ataque do ministro foi para agradar o presidente Jair Bolsonaro”
O Grupo Globo rebateu na noite deste sábado, 28, as declarações do ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, que chamou os “meios de comunicação de sórdidos” porque “só vendem se a matéria for ruim”. A crítica era sobre a cobertura da mídia sobre a pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Em editorial lido pela jornalista Ana Paula Araújo durante o “Jornal Nacional”, a emissora carioca diz que o ataque do ministro foi para agradar o presidente Jair Bolsonaro.
“Na pandemia de um vírus letal, contra o qual não medicamento ou vacina, é estarrecedor que ele não reconheça que o nosso trabalho, o trabalho de todos os colegas jornalistas, daqui da Globo, mas também de todos os veículos, é um remédio poderoso: dar informação para que o povo possa se proteger”, disse o texto (leia a íntegra abaixo).
As críticas do ministro Luiz Henrique Mandetta ocorrem na entrevista coletiva após a divulgação dos casos da covid-19.
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“Desliguem um pouco a televisão. Às vezes ela é tóxica demais. Há quantidade de informações e, às vezes, os meios de comunicação são sórdidos porque ele só vendem se a matéria for ruim. Publicam o óbito, nunca vai ter que as pessoas estão sorrindo na rua. Senão, ninguém compra o jornal”, disse o ministro.
O ministro da saúde também uma cobertura mais proativa da imprensa. “Todo mundo tem que se preparar, inclusive a imprensa. Se não for assim, vai trazer mais estresse à população.”
Leia abaixo a íntegra do editorial da Globo:
“O ministro da saúde encontrou uma outra maneira de agradar o presidente: criticou o trabalho da imprensa, afirmando que os meios de comunicação são sórdidos, porque na visão dele só vendem se a matéria for ruim. Na pandemia de um vírus letal, contra o qual não medicamento ou vacina, é estarrecedor que ele não reconheça que o nosso trabalho, o trabalho de todos os colegas jornalistas, daqui da Globo, mas também de todos os veículos, é um remédio poderoso: dar informação para que o povo possa se proteger. Há muitos trabalhos essenciais, os dos médicos e enfermeiros em primeiro lugar, mas nós jornalistas estamos nas redações e nas ruas arriscando nossa saúde, para cumprir nossa missão. E fazemos isso com orgulho.”
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