Internautas massacram Fantástico por entrevista com Sari Corte Real
Web alega que se a suspeita pela morte de Miguel fosse negra, não teria o mesmo espaço na TV
A edição do Fantástico, da Globo, do último domingo, 5, foi duramente criticada nas redes sociais por exibir uma entrevista exclusiva com Sari Corte Real, envolvida no caso da morte do menino Miguel, de 5 anos de idade.
Parte do público que acompanhou a reportagem pelo Twitter massacrou a revista eletrônica da emissora carioca por ter dado espaço para a primeira-dama da cidade de Tamandaré, em Pernambuco (PE), se defender das acusações de que tenha facilitado a queda do garotinho do 9º andar do prédio onde mora.
A alegação dos seguidores é de que se a pessoa que deixou o menino entrar no elevador sozinho e cair da torre fosse negra, o Fantástico não daria a mesma visibilidade. E pior: provavelmente ela já estaria cumprindo pena em algum presídio, e não, respondendo ao processo em liberdade.
Vale lembrar que Sari Corte Real é branca, loira, enquanto Miguel era negro.
“Se um filho de Sari tivesse morrido pela negligência de Mirtes, uma mulher negra, o Fantástico faria uma entrevista com ela? Existiria um comentário como o de Beatriz: ‘Não fica claro se Sari apertou o botão da cobertura’? Duvido!”, especulou uma internauta.
Sim… mas vamos inverter a situação: se um filho de Sari tivesse morrido pela negligência de Mirtes, uma mulher negra, o Fantástico faria uma entrevista com ela? Existiria um comentário como o de Beatriz: “não fica claro se Sari apertou o botão da cobertura”? Duvido!
— canalcinetudo (@canalcinetudo) July 6, 2020
A imprensa deveria estar pesquisando os motivos de Sari não estar presa. No entanto, o Fantástico preferiu dar chance para a ex patroa que obrigou Mirtes, uma mãe negra sair de sua comunidade em meio uma PANDEMIA com um filho de 5 anos de se explicar.
#justicaparamiguel pic.twitter.com/tUW73BRETN— Rafinha Gomes (@rafaelgomesxavi) July 6, 2020
O fantástico @showdavida tá tentando ajudar Sari Corte Real a fazer imagem de arrependida, e esconder sua face real de assassina de criança negra, exploradora de trabalhadora doméstica, mulher se prefeito corrupto.#JustiçaPorMiguel #AbandonoTambemEcrime
— Revista Afirmativa (@RAfirmativa) July 6, 2020
O Fantástico também teria feito a entrevista se a acusada fosse negra e pobre? https://t.co/KvAg41XZu1
— Cintia. (@thelumikki) July 6, 2020
A FASCISTA rede Globo fez exclusiva no fantástico da assassina de criancinha, a ricaça, tal de Sari Corte Real, será que vão fazer exclusiva dando o mesmo tempo de entrevista a negra, pobre, mãe da vítima?
— Cristina Andrade (@cristinaarfrei1) July 6, 2020
No Brasil é assim a patroa rica e insensível a tal da SARI, se produz para dar uma entrevista escrota no fantástico, se fosse a negra e pobre empregada que tivesse feito mesma coisa estava numa cela com umas 40 presas apanhando dia sim dia não! #justicaparamiguel Justiça Seletiva pic.twitter.com/ZxCpUmoymW
— Rico Miranda (@Ricofausto1984) July 6, 2020
Sabemos que se fosse a empregada negra que tivesse matado o filho branco da patroa rica não teria fiança, delegacia abrindo mais cedo, entrevista no fantástico, muito menos a chance de responder em liberdade. Todo esse privilégio é pq Sari é branca e rica#justicaparamiguel ✊🏾✊🏿
— Dayanne 🦋 (@eidaysantos) July 6, 2020
ENTENDA O CASO
Miguel Otávio Santana da Silva morreu no início de junho, após cair do 9º andar de um prédio no bairro de São José, no Centro do Recife.
Ele era filho da empregada doméstica Mirtes Renata, e a patroa, Sari Corte Real, chegou a ser presa como responsável pela morte do garoto, pois teria sido ela quem apertou o botão do elevador para que Miguel subisse sozinho em busca de sua mãe. A criança se perdeu e morreu ao despencar de uma altura de aproximadamente 35 metros.
Ela pagou fiança e responde a inquérito policial em liberdade. Na conversa ao Fantástico, Sari reafirmou que não apertou o botão do elevador e disse que não imaginava que uma tragédia poderia acontecer.
Sobre a possibilidade de ser presa, ela disse que cumprirá o que for determinado pela Justiça.