Estudantes espalham 600 cópias de e-mail sexista em faculdade

09/09/2016 11:55

No dia 31 de agosto, um e-mail sexista foi enviado para um grupo de mulheres da Universidade de Pensilvânia, nos Estados Unidos. Elas, no entanto, não deixaram barato: espalharam 600 cópias da mensagem pela faculdade, junto com alertas sobre a cultura do estupro.

De acordo com o jornal da faculdade, The Daily Pennsylvanian, o e-mail foi enviado pela fraternidade OZ, localizada fora do campus e não reconhecida oficialmente pelo Office of Fraternity e Sorority Life – instituição destinada à organização de fraternidades e sororidades.

O e-mail tinha o título de “Quarta-feira Selvagem”
O e-mail tinha o título de “Quarta-feira Selvagem”

O recado tinha o objetivo de convidar calouras para uma festa e o título de “Quarta-feira Selvagem”. Alguns dos versos diziam: “Nós estamos procurando por meninas divertidas/ E mandando as chatas se f******* (…) “Hoje é sua noite de estreia/ Então por favor vista alguma coisa justa”.

No entanto, 15 meninas colaram avisos sobre o e-mail machista em diversos locais da faculdade como, por exemplo, na estátua em que se lê a palavra “Love” (Amor, em inglês). “É assim que a cultura de estupro se parece. Nós estamos observando”, escreveram. Além disso, continha informações sobre serviços relacionados à assédio sexual dentro do campus.

Em anos anteriores, e-mails semelhantes com poemas e referências a “Quarta-feira Selvagem” foram enviados às calouras. Os remetentes foram todos conectados à fraternidade OZ.

Segundo uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Universidades, por volta de um terço das mulheres da Universidade de Pensilvânia já sofreram violência sexual, mas a maioria não reportou os casos por sentir que não eram sérios ou importantes o suficiente.

Dados também indicam que 27% das estudantes afirmam que foram vítimas de “penetração não consensual ou toques sexuais envolvendo força física ou incapacitação” desde que começaram a faculdade. Por outro lado, no último ano da faculdade, apenas 30,7% denunciaram os acontecimentos aos policiais ou às autoridades.