Dormir demais eleva risco de desenvolver problemas de saúde

28/06/2017 15:16

Que dormir pouco pode afetar nossa memória, dificultar o emagrecimento, enfraquecer a imunidade, entre outras coisas, muita gente já ouviu falar.

 Dormir de 2 a 4 horas por noite aumenta em duas vezes o risco de sofrer enfarte ou AVC, mas para quem muito, risco aumenta significativamente
 Dormir de 2 a 4 horas por noite aumenta em duas vezes o risco de sofrer enfarte ou AVC, mas para quem muito, risco aumenta significativamente - Getty Images/iStockphoto

Mas saiba que dormir mais do que o necessário também é prejudicial à saúde, conforme alerta de cientistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Instituto do Sono na última edição do World Congress on Brain, Behavior and Emotions (Congresso Mundial sobre Cérebro, Comportamento e Emoções, em português), realizado em Porto Alegre entre os dias 14 e 17 deste mês.

Os cientistas apontaram evidências de diversas pesquisas nacionais e internacionais que apresentam os riscos de dormir pouco e muito.

Em estudo da Universidade de Nevada, EUA, foi publicado no periódico Sleep Medicine neste ano, por exemplo, os autores concluíram que dormir de duas a quatro horas por noite aumenta em duas vezes o risco de sofrer enfarte ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Mas para quem dorme mais de dez horas, esse risco é sete vezes maior.

Lenise Jihe Kim, pesquisadora da Unifesp que palestrou no congresso, afirma que que essa diferença está associada às condições do sono. Segundo ela a média de horas de sono adequada é entre sete e oito horas por noite.

“Grandes dormidores teriam maiores despertares durante a noite, o que eleva a pressão arterial e a frequência cardíaca”, afirma pesquisadora
“Grandes dormidores teriam maiores despertares durante a noite, o que eleva a pressão arterial e a frequência cardíaca”, afirma pesquisadora - Getty Images/iStockphoto

“Basicamente, os grandes dormidores teriam maiores despertares durante a noite, ou seja, um sono mais fragmentado. E a cada despertar a gente eleva a pressão arterial e a frequência cardíaca. Isso, cronicamente, leva à hipertensão e à inflamação, alterações cardiometabólicas que favorecem um AVC ou um enfarte”, disse Kim durante o evento acompanhado por reportagem do R7.