21 doenças podem ser identificadas analisando o perfil do Facebook
De acordo com estudo americano, os posts nas redes sociais, como o Facebook, podem denunciar muitas condições de saúde dos usuários
Um estudo feito pela Universidade da Pensilvânia e publicado na revista científica PLOS One listou 21 doenças possíveis de serem identificadas a partir da análise do perfil de um usuário do Facebook. Depressão, diabetes e psicose estão entre as condições de saúde observadas.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram 20 milhões de palavras escritas por 999 usuários que concordaram em contribuir com o estudo compartilhando suas postagens antigas, de até 5 anos atrás. Esses dados colhidos eram cruzados com prontuários eletrônicos dos pacientes.
Com acesso a esses documentos, também foram coletadas informações sobre sexo, idade, e raça das pessoas envolvidas, além de possíveis diagnósticos anteriores.
“Mais de dois bilhões de pessoas compartilham regularmente informações sobre sua vida cotidiana através das mídias sociais, muitas vezes, revelando quem são, incluindo seus sentimentos, personalidade, dados demográficos e comportamento da população. Como esse conteúdo é constantemente criado fora do contexto dos sistemas de saúde e dos estudos clínicos, ele pode revelar marcadores de doenças no cotidiano dos pacientes que, de outra forma, seriam invisíveis para os médicos e pesquisadores médicos”, descreve a publicação.
Depois de extraírem as palavras e pares de palavras das atualizações de status, os pesquisadores agruparam termos semelhantes em 200 tópicos usando uma técnica probabilística que agrupa automaticamente expressões que costumam aparecer juntas frequentemente. A partir daí, eles enquadraram as palavras em uma condição médica específica para a criação de nuvens de palavras.
Foi possível observar, por exemplo, que os termos “bebida” e “garrafa” mostraram ser mais preditivos ao abuso de álcool. Já as pessoas que mencionavam as palavras “Deus“, “família” e “orar” eram 15 vezes mais propensas a serem diabéticas.
Enquanto isso, posts que expressavam hostilidade, utilizando o termo”burro” e palavrões, por exemplo, indicavam abuso de drogas e também psicoses.
Os tópicos mais associados à depressão sugerem somatização. Nesse caso, os usuários usavam as palavras “estômago“, “cabeça“e “mágoa“. Já quem passava por qualquer outro sofrimento emocional, usava com frequência as palavras “dor“, “choro” e “lágrimas“.
De acordo com os autores do estudo, “este é o primeiro estudo que mostra que a linguagem no Facebook pode prever diagnósticos dentro do histórico das pessoas, revelando novas oportunidades para personalizar o cuidado e entender como a vida cotidiana se relaciona com sua saúde”.