Menopausa: 5 fatos que você provavelmente não sabe
Várias modificações são notadas com o início desse período; veja algumas
Interrupção da menstruação, diminuição da fertilidade e libido, fogachos, instabilidade emocional e alterações na região íntima, como ressecamento vaginal, são as alterações mais conhecidas da menopausa. Mas engana-se quem acredita que esse período se resume a isso.
Na verdade, todo o organismo da mulher passa por modificações e alguns sintomas menos conhecidos podem surgir antes mesmo das famosas ondas de calor ou da interrupção completa da menstruação.
Veja alguns fatos sobre esse período na fase da vida da mulher:
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Você ainda pode engravidar na menopausa
A menopausa marca o fim do estoque de óvulos e, consequentemente, da fase reprodutiva da mulher, o que impede que engravide naturalmente.
Mas mesmo que ela não tenha preservado a fertilidade por meio do congelamento de óvulos, a mulher ainda pode gestar um bebê através de ovodoação. Esse procedimento consiste na doação do óvulo de uma mulher para que seja fecundado em laboratório e implantado no útero de outra mulher.
“O procedimento inicia-se pela realização de uma avaliação para garantir que a mulher possui capacidade de receber o embrião, que, caso seja positiva, é seguida pela busca por uma doadora de óvulos”, explica Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana.
“O óvulo escolhido é fecundado em laboratório pelo sêmen, que também pode ser doado, no caso de gravidez por produção independente, ou coletado do parceiro da receptora”, completa o especialista da Clínica Mater Prime, em São Paulo.
Após a fecundação e um breve período de maturação, o embrião formado é inserido no útero na receptora através de um pequeno cateter guiado por ultrassom.
Depois de cerca de 15 dias, já é possível realizar exames para verificar a eficácia do procedimento, que, no geral, possui altas taxas de sucesso, com chance de gravidez de 50 a 60%.
Dor nas articulações é um sintoma
Apesar de pouco comentado, a dor nas articulações é outro sintoma comum da menopausa.
“As articulações, assim como as cartilagens que as protegem, possuem receptores de estrogênio, hormônio que contribui para a manutenção da saúde dessas estruturas”, explica ortopedista Marcos Cortelazo.
“Logo, conforme a produção hormonal é alterada com a menopausa, as articulações ficam mais inflamadas, o que causa dor em regiões como mãos, joelhos e ombros e favorece o surgimento de condições como a artrite e artrose”, diz o especialista da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
O médico diz que estratégias como controlar o peso, praticar exercícios físicos e adotar uma alimentação anti-inflamatória podem ajudar a aliviar o sintoma.
A reposição hormonal também pode ajudar, mas deve ser indicada pelo ginecologista.
“Em casos mais graves, em que a mulher já desenvolveu doenças como artrite e artrose, a consulta com o ortopedista também é importante para receber o tratamento adequado.”
A saúde oral é especialmente afetada na menopausa
A mucosa oral é muito parecida com a mucosa vaginal e, por isso, responde de maneira semelhante às mudanças nos níveis de estrogênio que ocorrem durante a menopausa.
“Como resultado, as gengivas podem tornar-se mais vermelhas e inflamadas, com maior propensão a sangramentos e doenças gengivais”, diz o cirurgião-dentista e doutor pela USP Hugo Lewgoy.
Além disso, há uma redução no fluxo de saliva, causando ressecamento das mucosas orais. E, como a saliva é responsável por regular o pH da boca e proteger dentes e gengivas, o risco de cáries também aumenta.
A pele e os cabelos precisam de cuidado redobrado
A diminuição da produção de estrogênio que ocorre na menopausa pode prejudicar a pele e o cabelo.
A pele torna-se mais fina e ressecada e a produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico diminui drasticamente, acelerando o processo de envelhecimento.
A dermatologista Cintia Guedes recomenda que, nesse período, a mulher opte pelo uso de sabonetes mais suaves, para não piorar o ressecamento, e reforce a hidratação da pele.
“É importante optar por produtos que sejam livres de substâncias irritantes, como as fragrâncias, pois a pele da mulher torna-se mais sensível nessa fase”, alerta a especialista.
Para prevenir e combater o envelhecimento, procedimentos que estimulam a produção de colágeno, como o ultrassom microfocado, também são recomendados.
Quanto aos cabelos, na menopausa, há uma redução da taxa de multiplicação das células da raiz do fio.
“Como resultado, observamos diminuição da densidade capilar, desaceleração do crescimento e fios mais finos, ásperos e sem brilho”, afirma a Dra Cintia Guedes.
Segundo ela, é possível realizar um tratamento médico próprio para a reposição e manutenção das proteínas nos fios.
“Nesse procedimento, após exame de uma pequena amostra do cabelo, conseguimos avaliar qual a gravidade dos danos aos fios e assim indicar uma medicação específica para o tratamento do cabelo.”
Inchaço é mais comum
As variações dos hormônios ginecológicos que ocorrem na menopausa também podem tornar a retenção de líquidos e o surgimento de inchaço mais frequentes.
“Geralmente, os pés são os primeiros a demonstrar esse inchaço pelo efeito da própria gravidade, já que sustentam o nosso corpo”, explica a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Medidas gerais para melhorar o desconforto incluem repouso com elevação dos membros, alta ingestão de líquidos e alimentação rica em água para estimular a diurese, aplicação de compressas frias com chá de camomila e movimentação do membro.
“A drenagem linfática também pode ser realizada para melhorar o inchaço, desde que não haja suspeita de trombose”, afirma a especialista.