7 coisas que você deveria saber se suspeita que sofre de Burnout

O Burnout é muito mais que estresse e pode levar a consequências graves. Confiras essas informações importantes sobre a síndrome

06/10/2021 10:25

A Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional se caracteriza pelos sintomas de exaustão extrema e estresse. Geralmente, acontece quando o trabalho demanda muita competitividade e excesso de exigências.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a síndrome na Classificação Internacional de Doenças e definiu que o distúrbio não deve ser utilizado para descrever experiências em outros âmbitos da vida, que não sejam profissionais.

Burnout é caracterizado como estresse crônico no local de trabalho
Burnout é caracterizado como estresse crônico no local de trabalho - bunditinay/istock

No Brasil, não há números oficiais de pessoas afetadas pela doença porque ela não exige notificação compulsória.

Porém, uma pesquisa feita pela International Stress Management Association (Isma-BR) em 2018 calculou que 32% dos trabalhadores no país sofrem do problema.

Em um ranking de oito países, os brasileiros ganham dos chineses e dos americanos, só ficando atrás dos japoneses, com 70% da população atingida.

O assunto é sério! E se você desconfia que pode estar sofrendo desse esgotamento profissional, confira as informações abaixo – elas poderão te ajudar a olhar o problema com mais atenção.

1. O Burnout é composto por três sentimentos principais

Os pesquisadores afirmam que o esgotamento é composto por três sentimentos diferentes: esgotamento, cinismo e pior desempenho profissional.

O esgotamento é o cansaço crônico devido às excessivas demandas de trabalho. O cinismo é a atitude distanciada que muitas pessoas que sofrem de esgotamento começam a sentir, muitas vezes perdem o interesse total pelo trabalho.

Por fim, o desempenho profissional fica comprometido porque quando alguém está esgotado se sente e age de maneira menos eficiente.

2. Pessimismo e irritabilidade são alguns dos sinais de alerta

De acordo com o médico psiquiatra Cyro Masci, esses sentimentos são uma reação automática do cérebro. “É como se ele tentasse reduzir o volume de desafios. Assim, o cérebro modifica o estado de humor, que passa a ser irritadiço, ‘pavio curto’, de baixa tolerância numa tentativa automática e inconsciente de afastar as pessoas e situações que estão provocando ou agravando a sobrecarga”, explica Masci.

Mas existe ainda muitos outros sinais, como cansaço e exaustão emocional, perda do foco e concentração e mudança nos hábitos de sono.

3. As mulheres parecem ser mais suscetíveis ao Burnout

Essa foi a conclusão de um estudo de pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá. A provável explicação para isso é que elas estão sujeitas a condições diferentes de trabalho quando comparadas com os homens. Mesmo quando ocupam cargos que exigem tomada de decisão, possuem menos oportunidades de agir efetivamente, empregando suas habilidades e talentos. Com isso, vem a frustração.

4. Certos profissionais também tendem a sofrer mais com Burnout

De acordo com a Harvard Business Review, enfermeiras, médicos, funcionários de organizações sem fins lucrativos, professores, diretores e executivos voltados para missões sofrem mais esgotamento do que outras profissões.

Trabalhar com o que se ama envolve mais autocobrança, o que poderia contribuir para o surgimento do Burnout
Trabalhar com o que se ama envolve mais autocobrança, o que poderia contribuir para o surgimento do Burnout - zeljkosantrac/istock

Segundo o estudo, isso acontece porque quando as pessoas trabalham com aquilo que amam ou entendem por missão, elas acreditam “não trabalhar de verdade”, isso propaga a crença de que, se amam tanto o trabalho, deveriam fazer mais, o tempo todo.

O problema é que essa mentalidade leva ao esgotamento, que pode ter um impacto profundo.

5. Se não tratados, os efeitos a longo prazo são graves

Embora não sejam as únicas, as consequências mais notáveis são os processos depressivos e ansiosos, o aumento do estresse a níveis insustentáveis, vícios e abuso de substâncias, insônia e distúrbios alimentares, além de alterações fisiológicas como fadiga contínua, doenças gastrointestinais, cardiovasculares e ataques cardíacos, colesterol, diabetes, úlceras, dores e problemas femininos no ciclo menstrual.

6. Pessoas introvertidas tendem a sofrer mais do problema

De acordo com um estudo publicado no periódico Frontiers in Physiology, pessoas introvertidas tendem a sofrer mais com Burnout. Por outro lado, os extrovertidos são mais estáveis ​​emocionalmente e, portanto, têm menos probabilidade de desenvolver a doença.

7. É preciso relaxar, mas isso não vai resolver o problema

Para evitar o desgaste extremo, é muito importante ter momentos de conexão consigo mesmo, fazer algo que goste e desligar do trabalho fora do horário expediente.

Porém, relaxar depois do trabalho não vai prevenir completamente o esgotamento ou eliminá-lo se ele já estiver instalado. Embora os métodos de relaxamento ajudem, é preciso chegar à raiz do problema. Ajuda médica nesses casos é fundamental.