Estes alimentos podem estar associados a sintomas depressivos
Segundo novo estudo da USP, esses alimentos específicos podem aumentam em 42% o risco de baixo astral
O estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) aponta uma conexão significativa entre o consumo elevado de alimentos ultraprocessados e o aumento no risco de sintomas depressivos. Este artigo explora os detalhes e implicações dessa pesquisa.
André Werneck, principal responsável pela pesquisa, iniciou este estudo durante seu doutorado no Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da USP.
O estudo avaliou cerca de 16 mil adultos brasileiros que, no início da pesquisa, não apresentavam diagnóstico de depressão. Esses participantes forneceram informações semestrais sobre sua alimentação e estado de saúde através de questionários online.
O que são alimentos ultraprocessados?
Os ultraprocessados são definidos como produtos feitos a partir de ingredientes baratos de alimentos in natura, aos quais são adicionados conservantes, saborizantes e aromatizantes. Esses produtos são conhecidos por seu baixo valor nutricional, sendo ricos em açúcares adicionados, sódio e gorduras.
Os resultados mostraram que os alimentos ultraprocessados compõem em média 20% do total de energia consumida diariamente pelos brasileiros.
Esse percentual sobe para quase 40% entre os grupos com menor renda e escolaridade, que estão mais suscetíveis ao consumo desses produtos devido ao seu baixo custo, longa durabilidade e conveniência.
Como esses alimentos podem ter relação com sintomas depressivos?
Além do perfil nutricional, os pesquisadores investigaram a influência dos aditivos químicos presentes nos ultraprocessados. As análises estatísticas sugerem que esses aditivos podem alterar a microbiota intestinal, causando desequilíbrios que afetam a saúde mental.
Este é um indicativo de que os problemas psiquiátricos podem ter também uma origem química, além da nutricional.
Diante das evidências, a recomendação é reduzir ao máximo o consumo de alimentos ultraprocessados. O Ministério da Saúde e o Guia Alimentar para a População Brasileira classificam esses produtos como quarta categoria, recomendando prioridade para alimentos in natura ou minimamente processados.
Projeções futuras do estudo
Os autores do estudo esperam que esses resultados estimulem a elaboração e o aprimoramento de políticas públicas de saúde e nutrição.
A pesquisa, apesar de focada no Brasil, incluiu uma meta-análise de estudos similares realizados na Europa e Estados Unidos, fortalecendo a generalização de suas descobertas.