Ansiedade e Depressão? Pode ser falta de ômega 3 — Entenda a ligação, segundo a ciência

A ciência não tem dúvidas: há uma relação direta entre o consumo de ômega 3 e a saúde mental; entenda os motivos

Por André Nicolau em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
15/04/2025 21:00 / Atualizado em 23/04/2025 11:35

A ciência não tem dúvidas: há uma relação direta entre o consumo de ômega 3 e a saúde mental – iStock/Selcuk1
A ciência não tem dúvidas: há uma relação direta entre o consumo de ômega 3 e a saúde mental – iStock/Selcuk1 - Getty Images

Ansiedade fora de controle, depressão, dificuldade em lidar com o estresse. Esses sintomas, muitas vezes atribuídos ao ritmo acelerado da vida moderna, podem ter uma origem surpreendente: a falta de ômega 3 no organismo.

Mais do que um simples nutriente, o ômega 3 é um verdadeiro maestro do bem-estar físico e emocional. Presente principalmente em peixes gordurosos e algumas sementes, esse ácido graxo essencial tem papel crucial na regulação do humor, na memória e até na capacidade de enfrentar os desafios do dia a dia com mais leveza.

No entanto, o cardápio típico da vida urbana — repleto de alimentos ultraprocessados e pobres em nutrientes — frequentemente deixa a desejar quando o assunto é o consumo adequado de ômega 3. E essa carência pode custar caro à saúde mental, mesmo que os sinais nem sempre sejam óbvios.

O elo vital entre cérebro e ômega 3

Duas substâncias se destacam quando falamos sobre os efeitos do ômega 3 no cérebro: o EPA (ácido eicosapentaenoico) e o DHA (ácido docosahexaenoico). Esses compostos são verdadeiros blocos de construção das células cerebrais, ajudando na fluidez das membranas e promovendo uma comunicação eficiente entre os neurônios.

Mas não para por aí. O ômega 3 também atua na regulação de neurotransmissores como serotonina e dopamina — substâncias intimamente ligadas ao humor, ao prazer e à motivação. A deficiência desse nutriente pode desacelerar esses sistemas, abrindo caminho para quadros de irritabilidade, ansiedade e depressão.

Em outras palavras, a escassez de ômega 3 desestabiliza o cérebro em sua base química, tornando-o mais vulnerável aos desequilíbrios emocionais.

O que dizem as pesquisas?

A ciência não tem dúvidas: há uma relação direta entre o consumo de ômega 3 e a saúde mental. Um estudo publicado no Journal of Clinical Psychiatry avaliou 432 pessoas com depressão. Durante oito semanas, metade dos participantes recebeu doses diárias de EPA; a outra metade, placebo. O resultado foi claro — entre aqueles que não apresentavam sintomas de ansiedade, o ômega 3 ajudou significativamente na redução da depressão.

Outro dado chama a atenção: países onde o consumo de peixe é elevado costumam apresentar índices menores de depressão. Coincidência? Os pesquisadores acham que não. A explicação pode estar no poder do ômega 3 de estimular a serotonina e combater a inflamação cerebral — dois fatores diretamente ligados à saúde emocional.

Onde encontrar esse aliado do bem-estar?

A boa notícia é que incluir ômega 3 na rotina alimentar é mais fácil do que parece. Os campeões de concentração são os peixes gordurosos, como salmão, sardinha, cavala, atum e arenque. Para quem busca fontes vegetais, vale apostar em sementes de linhaça, chia, nozes e óleos vegetais.

A recomendação nutricional é clara: pelo menos duas porções semanais de peixe rico em ômega 3. Para quem não consome frutos do mar, suplementos com EPA e DHA são uma opção segura — desde que com orientação médica.

Mais do que um cuidado com o corpo, garantir o consumo adequado de ômega 3 é um investimento na saúde da mente. E, convenhamos, viver com equilíbrio emocional é um dos maiores luxos da vida moderna.

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A ansiedade é como uma tempestade interna que pode trazer consigo tensão, palpitações, suor frio e boca seca. Mas não se preocupe. Diagnosticada em cerca de 9,3% da população, Brasil é o pais com maior número de casos de ansiedade no mundo.

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