Antes e depois do início do tratamento de HIV de influenciador impressiona

Após dificuldade em descobrir o HIV, Vitor conscientiza sobre a importância do diagnóstico precoce

O influenciador Vitor Ramos, de 29 anos, impressionou seguidores nas redes sociais ao mostrar fotos do antes e depois de seu tratamento de HIV.

“O problema não é viver com HIV, o problema é viver sem saber do HIV. Previnam-se e se testem! Existe tratamento, existe vida pós-diagnóstico”, escreveu ele em seu Twitter.

Influenciador impressiona ao publicar fotos de antes e depois do início do tratamento de HIV
Créditos: reprodução/Twitter/_xramos
Influenciador impressiona ao publicar fotos de antes e depois do início do tratamento de HIV

Segundo Vitor, as fotos tem uma distância de 4 anos uma da outra. A primeira foi tirada em 2018 e a segunda, em 2022.

Em agosto desse ano, em entrevista a BBC Brasil, Vitor falou sobre o diagnóstico tardio, que levou quase três anos.

“A Aids me fez perder a visão do olho direito, parte da audição, e me causou sequelas de um certo atraso de movimento na perna esquerda. Mas me sinto ótimo, considero que minha recuperação foi muito boa, e, hoje, vivo bem”, disse na ocasião.

Ele contou que os primeiros sintomas gripais apareceram em 2015, mas o HIV não passava por sua cabeça. Depois, em 2017, vieram episódios de diarreia que o fizeram perder cerca de 20 quilos. Nessa época, ele passou por vários médicos, mas nenhum suspeitou do vírus.

Ele chegou a ser diagnosticado com doença de Crohn, uma doença inflamatória do trato gastrointestinal, e o médico lhe receitou um medicamento imunossupressor, que é nocivo para quem vive com HIV.

“A partir do dia que comecei a tomar o medicamento, a piora foi muita rápida. Eu digo que fui ladeira abaixo, e uma ladeira bem íngreme. Comecei a andar devagar, as diarreias não paravam, eu só ficava em casa porque poderia precisar do banheiro a qualquer momento”, lembra.

O diagnóstico só veio finalmente em 8 abril de 2018.

Como o quadro dele estava bem delicado, Vitor precisou ficar internado por 4 meses, incluindo dois períodos na unidade de tratamento intensivo (UTI).

HIV indetectável

Aos poucos, Vitor foi respondendo ao tratamento, com medicamentos obtidos no SUS (Sistema Único de Saúde), os quais ele toma até hoje. E pouco tempo depois, ele chegou ao estágio de HIV indetectável, ou seja, ele não transmite o vírus sexualmente.

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Hoje, ele pratica exercícios físicos regularmente e cuida da sua saúde. Nas redes sociais, ele virou um ativista da causa, estimulando as pessoas a fazerem o teste de HIV para evitar diagnóstico tardio, como o dele.

Estratégias de prevenção ao HIV disponíveis no SUS

Na prevenção ao vírus, além da distribuição de preservativos feminino e masculino e dos testes rápidos, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece as profilaxias, que incluem as já citadas PrEP e PEP.

A Profilaxia Pré-exposição (PrEP) é uma estratégia de prevenção usada por pessoas não infectadas e combina dois medicamentos de uso diário (tenofovir + entricitabina), que bloqueiam alguns “caminhos” que o HIV usa para infectar o organismo.

A PrEP deve ser usada antes de a pessoa se expor à situação de risco, mas é importante dizer que ela não age imediatamente, começa a funcionar após 7 dias de uso para relação anal e 20 dias de uso para relação vaginal.

Essa estratégia ainda não é para todos. Atualmente, os médicos prescrevem a PrEP para populações-chave, como pessoas trans, travestis, profissionais do sexo e homens que fazem sexo com outros homens (HSH).

Ela poderá ser indicada para pessoas pertencentes aos grupos prioritários citados, que realizaram sexo anal ou vaginal sem preservativo nos últimos seis meses e/ou apresentaram episódios frequentes de Infecções Sexualmente Transmissíveis ou fazem uso repetido da PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV). Veja aqui os serviços de saúde do SUS que oferecem a PrEP.

Já a Profilaxia Pós-exposição (PEP) trata-se de uma urgência médica, que deve ser iniciada o mais rápido possível – preferencialmente, nas primeiras duas horas após a exposição a uma situação de risco e no máximo em até 72 horas. Ela é indicada em casos como o de rompimento de preservativos ou após a pessoa sofrer violência sexual.

O tratamento dura 28 dias, com acompanhamento médico. Ela deve ser utilizada apenas sob prescrição médica.

Vale lembrar, no entanto, que ambos os métodos não protegem contra todas as infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis, gonorreia, clamídia e HPV.