Anvisa aprova remédio injetável para forma grave da covid-19
O corticoide, que já existia no mercado, tornou-se o primeiro tratamento capaz de reduzir mortes de pacientes que usavam ventilação mecânica
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou nesta quinta-feira, 15, o uso de dexametasona, um remédio que trata desde problemas reumáticos inflamatórios a alergias, para o tratamento da forma grave da covid-19.
A nova indicação terapêutica será publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 16, e incluirá apenas o Decadron Injetável (Fosfato dissódico de dexametasona), de fabricação da empresa Aché.
O tratamento é indicado apenas em casos de pacientes graves (com saturação de oxigênio < 90% em ar ambiente, sinais de pneumonia, sinais de desconforto respiratório grave) ou em situação crítica (necessidade de tratamento de manutenção da vida, síndrome do desconforto respiratório agudo, sepse, choque séptico).
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A Anvisa informou que a aprovação do medicamento foi baseada nas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicadas no documento Therapeutics and COVID-19: living guideline, e nas manifestações de autoridades reguladoras estrangeiras equivalentes, em especial, a Agência Europeia de Medicamentos (European Medicines Agency – EMA), conforme previsto no §2º do Artigo 14 da RDC 750/2022.
Potentes efeitos antiinflamatórios
O corticoide, que já existia no mercado, tornou-se o primeiro tratamento capaz de reduzir mortes de pacientes com a doença em estado grave.
Segundo os pesquisadores, o tratamento foi responsável pela sobrevivência de um em cada oito dos pacientes que usavam ventilação mecânica.
O estudo feito com o medicamento em pacientes com casos leves da covid, no entanto, não demonstrou vantagem. Vale dizer que a dexametasona não é um tratamento contra o vírus, nem é preventivo.
Ele funciona bem porque é, segundo a OMS, um anti-inflamatório muito forte, capaz de resgatar pacientes em condições sérias, onde seus pulmões estão muito inflamados. Isso permite que pacientes continuem recebendo oxigênio dos pulmões no sangue por um período crítico, reduzindo rapidamente a inflamação em um momento grave da doença.
A Anvisa alerta que a dexametasona e qualquer outro medicamento não substituem a necessidade das vacinas, que são eficazes em prevenir o agravamento da doença.