As pistas negligenciadas que podem evitar a morte súbita em jovens

Reconhecer e detectar os sinais que geralmente precedem a Síndrome da Morte Súbita arrítmica pode ajudar a prevenir mortes prematuras

Por Silvia Melo em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
07/04/2025 23:45 / Atualizado em 25/04/2025 10:01

A Síndrome da Morte Súbita Arrítmica (SADS -Sudden Arrhythmic Death Syndrome) é uma das principais causas de morte cardíaca súbita em jovens saudáveis, especialmente entre atletas. Agora, uma nova pesquisa apresentada no ESC Preventive Cardiology 2025 traz descobertas importantes que podem ajudar a prevenir tragédias silenciosas como essa.

O estudo analisou 903 casos de morte súbita na Suécia entre pessoas de 1 a 36 anos. Os pesquisadores identificaram sinais de alerta que surgiram antes da morte, como desmaios (síncope), convulsões, palpitações e ritmos cardíacos anormais detectados em eletrocardiogramas (ECGs).

Quais foram os principais achados?

A SADS foi responsável por 22% dos casos de morte cardíaca súbita em jovens. A maioria das vítimas era homens (64%), com idade média de 23 anos.

  • 52% apresentaram sintomas antes da morte, incluindo náuseas, vômitos e sinais de infecção.
  • 18% tinham ECGs anormais anteriores, com destaque para casos de pré-excitação ventricular.
  • 11% tinham histórico de doenças arrítmicas e 17% já haviam sido diagnosticados com condições psiquiátricas.
  • O uso de medicamentos psicotrópicos também foi observado em parte dos casos.
Estudo alerta para sintomas que costumam preceder Síndrome da Morte Súbita Arrítmica em jovens
Estudo alerta para sintomas que costumam preceder Síndrome da Morte Súbita Arrítmica em jovens - angelhell/istock

Alerta para pais, médicos e atletas

Os especialistas enfatizam que sinais aparentemente inofensivos, como desmaios ou crises convulsivas, podem ser indícios precoces da Síndrome da Morte Súbita Arrítmica. A triagem médica preventiva, especialmente em atletas, pode ajudar a detectar problemas cardíacos ocultos antes que seja tarde demais.

Além disso, os pesquisadores alertam para possíveis relações entre problemas psiquiátricos, sintomas gastrointestinais e o risco de morte súbita, que ainda precisam ser mais investigadas.