Bactérias intestinais podem revelar Alzheimer antes dos sintomas
Um novo estudo sugere uma forma de diagnosticar esta doença precocemente, quando as intervenções podem ser mais eficazes
Os estágios iniciais da doença de Alzheimer podem ser difíceis de detectar. As mudanças no cérebro podem começar uma década ou mais antes de ocorrer qualquer problema de memória ou pensamento.
Quando os primeiros sintomas aparecem, podem parecer um esquecimento normal.
Pesquisas recentes sobre o microbioma intestinal sugerem uma nova maneira de diagnosticar a doença de Alzheimer precocemente, quando o tratamento pode ser mais eficaz.
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O estudo, publicado em 14 de junho na Science Translational Medicine, descobriu que as pessoas na fase inicial da doença, que não apresentam sinais externos de declínio, têm uma composição de micróbios nos intestinos diferente da composição das pessoas saudáveis.
Mais evidências da conexão intestino-cérebro
Para esta análise, 164 participantes cognitivamente normais com idades entre 68 e 94 anos foram examinados por meio de exames cerebrais de PET e ressonância magnética e análise do líquido cefalorraquidiano.
Os pesquisadores procuravam aglomerados das proteínas beta amiloide e tau, que são consideradas as características distintivas da doença de Alzheimer, mesmo em estágios pré-clínicos.
Quase um terço (49) tinha estas indicações de Alzheimer precoce.
Observando amostras de fezes, os investigadores descobriram que, embora todos os indivíduos seguissem basicamente a mesma dieta, aqueles com acumulações de beta amiloide e tau tinham bactérias intestinais marcadamente diferentes das dos seus parceiros “saudáveis”.
A equipe identificou sete espécies de bactérias que melhoraram significativamente a capacidade de prever se um indivíduo tinha Alzheimer pré-clínico ou não.
A investigação não afirma que bactérias específicas aumentem o risco de Alzheimer. As descobertas apontam apenas para uma conexão entre a composição do microbioma intestinal e a doença.