Câncer silencioso que apresenta sinais apenas em estágios avançados
Oncologista esclarece cinco fatos sobre a doença e reforça a importância da conscientização, prevenção e diagnóstico precoce
Segundo relatório da Sociedade Americana do Câncer, o número de casos de câncer no mundo pode aumentar em 77% até 2050. Quando o assunto é câncer renal, os desafios na prevenção e diagnóstico são ainda maiores.
Segundo o Observatório Global de Câncer da OMS, o ano de 2022 registrou mais de 400 mil diagnósticos de câncer de rim e 155 mil óbitos pela doença.

“Infelizmente, o câncer de rim costuma ser silencioso e, quando apresenta sintomas, geralmente já está em estágio avançado”, explica a oncologista especialista em tumores urológicos, Dra. Ana Paula Cardoso, que reforça que alguns dos principais sintomas são sangue na urina, dor lombar e aumento de volume abdominal.
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A especialista destaca alguns fatos sobre o câncer renal, com o objetivo de chamar atenção para a doença, bem como para a relevância do cuidado adequado após a confirmação do diagnóstico.
O que é preciso saber sobre o câncer renal?
- Tabagismo é o principal fator de risco
A obesidade, as doenças renais crônicas, a exposição ocupacional a solventes e produtos químicos, fatores genéticos — que podem ser responsáveis por 5% a 8% dos casos de câncer de rim — o sedentarismo, e o consumo excessivo de álcool e de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, estão associados ao aumento dos casos da doença.
No entanto, o principal fator de risco para a doença é o tabagismo, que também afeta diferentemente o tratamento da doença.
- É mais frequente a partir dos 50 anos de idade e mais prevalente em homens
O câncer renal é duas vezes mais comum em homens do que em mulheres. Embora a doença também possa acometer pessoas mais jovens, ela geralmente é mais comum entre 60-70 anos em ambos os gêneros.
- Muitos casos são descobertos acidentalmente
Por ser uma doença silenciosa, muitas vezes, o diagnóstico é feito através de exames de imagem – como ultrassom abdominal e tomografia de abdômen, solicitados por outros motivos.
“Na maioria das vezes, o diagnóstico da doença é feito de forma proativa em casos mais avançados, quando surgem sintomas como sangue na urina, dor lombar persistente e aumento do volume abdominal”, explica a oncologista.
- Existem tratamentos eficazes para a doença
Atualmente, existem tratamentos que aumentam as chances de cura e melhoram a qualidade de vida dos pacientes, especialmente daqueles com doença metastática.
“Entre as opções disponíveis, destacam-se as terapias-alvo, que bloqueiam o crescimento do tumor, os inibidores da via mTOR, que atuam em um caminho celular responsável pelo crescimento e divisão das células tumorais, e os imunoterápicos (inibidores de checkpoint imunológico), que estimulam o sistema imunológico a reconhecer e atacar as células cancerígenas”, ressalta a oncologista.
Entre as opções de terapia-alvo, temos o cabozantinibe, que está no grupo de medicamentos inibidores de tirosina quinase (TKIs) que bloqueiam enzimas chamadas tirosina quinases, que ajudam as células cancerígenas a crescer, se multiplicar e formar novos vasos sanguíneos.
“Essa terapia se diferencia dos outros inibidores TKIs por atuar em múltiplas tirosinas quinases ao mesmo tempo. Ela não apenas reduz o suprimento de sangue do tumor, mas também bloqueia outras vias que ajudam as células cancerígenas a crescer e se espalhar, o que pode torná-lo mais eficaz em alguns casos, especialmente quando a doença já avançou ou quando outros tratamentos deixaram de funcionar”, explica a especialista.
Como prevenir a doença?
A adoção de hábitos saudáveis, como: parar de fumar e não ingerir álcool em excesso, manter um peso saudável, praticar atividade física regularmente e escolher alimentos naturais em vez de ultraprocessados, são fundamentais.
“Com a adoção dessas práticas saudáveis, é possível reduzir o risco de câncer renal e prevenir outras doenças. Além disso, medidas preventivas são essenciais. Realizar check-ups médicos regularmente é fundamental, pois a detecção precoce aumenta as chances de um tratamento eficaz e pode salvar vidas”, conclui a Dra. Ana Paula.