Casos de IST rara que provoca danos cerebrais acendem alerta

Especialistas temem o surgimento de uma nova estirpe da bactéria causadora da sífilis

Autoridades de saúde dos Estados Unidos acenderam alerta o para a sífilis ocular depois que cinco mulheres de Michigan contraíram a infecção sexualmente transmissível (IST). As mulheres se relacionarem sexualmente com o mesmo homem.

Não é comum que a bactéria da sífilis, Treponema pallidum, infecte os olhos. Normalmente, isso ocorre em indivíduos com a doença em estágio avançado, aqueles com mais de 65 anos, com histórico de uso de drogas intravenosas e aqueles que são HIV.

No entanto, nenhuma das mulheres envolvidas neste surto se enquadra nestas categorias.

Os especialistas temem que isso possa significar a evolução de uma nova cepa da bactéria da sífilis.

EUA registram casos raros de sífilis ocular
Créditos: iLexx/istock
EUA registram casos raros de sífilis ocular

De acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC), dos EUA, essa é a primeira vez que se documenta um parceiro heterossexual comum num grupo de sífilis ocular. Isso sugere que uma estirpe não identificada de T. pallidum pode ter sido associada a um risco aumentado de manifestações sistémicas de sífilis.

A sífilis se espalha através do contato direto pele a pele. A forma mais comum de contrair a doença é através de sexo vaginal, anal ou oral desprotegido com alguém infectado.

Mas a infecção também pode ser transmitida da mãe para o filho em qualquer fase da gestação ou no momento do parto.

Sintomas

As mulheres infectadas, com idades entre 40 e 60 anos, apresentaram dores de cabeça, visão turva, moscas volantes e fotofobia (desconforto ocular sob luz forte).

O homem tinha sífilis latente precoce – uma fase em que a doença ainda está presente, mas não há sintomas. Ele não desenvolveu sífilis ocular e foi tratado com penicilina.

Mulheres apresentaram sensibilidade à luz
Créditos: istock
Mulheres apresentaram sensibilidade à luz

Consequências da sífilis

A sífilis, quando não tratada, pode afetar vários órgãos, incluindo o cérebro.

Os danos cerebrais associados à sífilis são frequentemente observados na forma de neurosífilis, que é a invasão do sistema nervoso central pela bactéria. Os sintomas da neurosífilis podem variar e incluir:

  • Meningite sifilítica: inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal.
  • Meningovascular sífilis: afeta os vasos sanguíneos que fornecem sangue ao cérebro, o que pode levar a derrames.
  • Paralisia sifilítica: pode causar danos ao sistema nervoso central, resultando em sintomas como fraqueza muscular, falta de coordenação e problemas de fala.
  • Tabes dorsalis: afeta a medula espinhal, levando a problemas sensoriais, perda de reflexos e dificuldades de coordenação.