Casos de hepatite A aumentam; conheça os sintomas da doença

Neste ano, até o momento, a cidade de Curitiba registrou 228 casos da infecção; veja como se proteger

21/05/2024 18:03

Surto de hepatite A em Curitiba
Surto de hepatite A em Curitiba - iStock/Hailshadow

A cidade de Curitiba tem enfrentado um aumento alarmante no número de casos de hepatite A. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba notificou na segunda-feira, 20, mais duas mortes pela doença e investiga uma terceira.

Neste ano, o registro é de 228 casos, com cinco óbitos confirmados. O número é significativamente maior quando comparado à média de 12 casos anuais observados nos anos anteriores.

Como a hepatite A está impactando a população de Curitiba?

O aumento em 2024 é significativo, sendo que 107 dos infectados foram internados e 10 precisaram de UTI (Unidade de terapia intensiva).

Os homens, especialmente na faixa etária de 20 a 39 anos, são os mais afetados. Apesar de também haver casos registrados em mulheres, a proporção de homens infectados é significativamente maior.

A primeira vítima fatal do surto foi uma mulher de 29 anos que não aguardou seu tratamento após ser diagnosticada. Outras mortes incluíram homens de 40, 60 e 38 anos, ambos em situações críticas que evoluíram rapidamente para óbito, assim como um homem de 54 anos que já apresentava sintomas graves no momento que procurou auxílio médico.

Em três das mortes confirmadas, os pacientes faziam uso excessivo de álcool. A situação revela a rápida progressão da doença e a importância do tratamento imediato.

Como que se pega a hepatite A?

A hepatite A é uma doença contagiosa que afeta o fígado e a principal forma de transmissão é a via fecal-oral, onde o vírus presente nas fezes de uma pessoa infectada entra em contato com a boca de outra pessoa.

Essa transmissão pode ocorrer de várias maneiras, como através de alimentos ou água contaminados, baixos níveis de saneamento básico e falta de higiene pessoal.

Além disso, a hepatite A pode ser transmitida pelo contato pessoal próximo, como entre pessoas que vivem na mesma casa, pessoas em situação de rua ou entre crianças em creches. Contato sexual, especialmente que propicie o contato fecal-oral (sexo oral-anal), também é uma forma de transmissão.

Quais os sintomas da hepatite A?

  • Fadiga;
  • Mal-estar geral;
  • Febre;
  • Dores musculares
  • Icterícia, caracterizada por olhos e pele amarelados;
  • Urina escura;
  • Enjoo e vômitos;
  • Constipação;
  • Diarreia.

Os sintomas costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção. O diagnóstico da infecção é realizado por exame de sangue, no qual se pesquisa a presença de anticorpos anti-HAV IgM.

Então, quanto tempo leva para curar a hepatite A?

O tempo de recuperação varia, mas a maioria das pessoas se sente melhor dentro de 2 a 6 meses após o início dos sintomas.

Durante o período de recuperação, é importante descansar, manter uma alimentação saudável e evitar o consumo de álcool e medicamentos que possam sobrecarregar o fígado.

Embora a hepatite A não se torne crônica, os sintomas podem ser debilitantes durante o período agudo da doença. A recuperação completa inclui a normalização das funções hepáticas e a ausência de sintomas clínicos.

Em casos raros, especialmente em adultos mais velhos ou em pessoas com condições médicas preexistentes, a recuperação pode acabar sendo mais prolongada e pode haver complicações mais graves. Contudo, a hepatite A geralmente não causa danos hepáticos permanentes e não evolui para hepatite crônica.

Afinal, o que fazer para prevenir a hepatite?

Diante do surto atual, a SMS tem intensificado as campanhas de conscientização. É crucial evitar a automedicação e procurar diagnóstico médico ao sentir os primeiros sintomas.

Além disso, medidas simples como lavar as mãos frequentemente e garantir a higiene dos alimentos consumidos são essenciais para prevenir a doença. A vacinação também é uma ferramenta poderosa na prevenção da hepatite A.

É fundamental que a população esteja atenta aos possíveis sintomas e siga rigorosamente as orientações dos profissionais de saúde para controlar a disseminação da doença e evitar novos casos.