Ciência investiga possível ligação entre esta infecção e autismo
Recém-nascidos com o vírus apresentaram 2,5 vezes mais chances de ter transtorno do espectro autista
Um estudo recente encontrou um tipo de vírus em recém-nascidos que pode ser uma das causas do autismo.
Ao examinar os registos de saúde de quase 3 milhões de recém-nascidos, os pesquisadores descobriram que os bebês nascidos com citomegalovírus (CMV) tinham duas vezes e meia mais probabilidades de desenvolver autismo do que os bebês que não tinham CMV.
Este vírus, também é conhecido como herpesvírus humano tipo 5, anteriormente considerado inofensivo, afeta um em cada 200 bebês. Se a mãe tem o vírus, ela pode passar ao filho, principalmente durante a gravidez, o parto ou a amamentação.
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Os autores do estudo acreditam que este vírus pode causar inflamação no cérebro do bebê, afetando seu desenvolvimento normal e causando sintomas relacionados ao autismo.

“A infecção materna por CMV pode ativar um estado inflamatório que pode, por sua vez, impactar o desenvolvimento do cérebro fetal, aumentando assim o risco de TEA”, escreveram os autores.
Causas do autismo
Uma a cada 36 crianças tem autismo, de acordo com Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos. Os cientistas ainda não sabem exatamente o que causa.
Acredita-se que a genética desempenhe um papel neste, mas outros fatores, como lesões ou o ambiente, também podem ter influência.
Os fatores ambientais envolvidos incluem tomar certos medicamentos durante a gravidez, exposição a poluentes e infecções da mãe.
Além disso, estudos também sugerem que pais mais velhos podem ter maior chance de terem filhos autistas devido a mutações acumuladas nas células reprodutivas.
Outro fator de interesse pela ciência é a relação entre a falta de nutrientes como ácido fólico e vitamina D durante a gestação, que pode estar relacionada a risco de autismo, já que esses nutrientes são essenciais para o desenvolvimento neurológico.
Plástico e autismo também é uma relação que vem sendo amplamente estudada. Em uma pesquisa recente, publicada na Nature Communications, cientistas identificaram níveis elevados de bisfenol A (BPA) — um composto presente em plásticos — em grávidas que tiveram filhos posteriormente diagnosticados com autismo.
Essa descoberta aponta para o potencial impacto do BPA, um disruptor endócrino, no desenvolvimento fetal, evidenciando possível relação com o risco de autismo.