Cientistas revelam uma fórmula desafiadora para retardar o envelhecimento

Pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, descobriram o que diminuiu o processo de envelhecimento genético

09/09/2024 12:15

A busca por métodos eficazes para prolongar a vida e retardar o envelhecimento tem gerado diversos estudos.

Um estudo recente, conduzido pela Universidade Estadual da Pensilvânia, sugere que a restrição calórica pode ser uma estratégia eficaz.

Após dois anos de pesquisa, os cientistas descobriram que a limitação na ingestão de calorias teve um impacto significativo na redução do processo de envelhecimento genético.

Por que comer menos pode retardar o envelhecimento
Por que comer menos pode retardar o envelhecimento - iStock/vitapix

Como a restrição calórica pode retardar o envelhecimento?

A pesquisa, publicada na revista Aging Cell, começou com testes em ratos, mostrando que a restrição calórica inicialmente acelerou o encurtamento dos telômeros, que são estruturas protetoras no final dos cromossomos.

O encurtamento dos telômeros está associado ao envelhecimento celular e à morte celular. No entanto, após um ano, a situação mudou.

Depois de um ano, os efeitos da restrição calórica começaram a se inverter. O estudo revelou que, após dois anos, os telômeros dos animais com restrição diminuíram a um ritmo mais lento em comparação com os do grupo com dieta normal.

Os resultados foram semelhantes em humanos?

A pesquisa continuou com 175 participantes humanos saudáveis, com idades entre 21 e 50 anos. Dois terços dos participantes seguiram uma dieta com 25% menos calorias durante dois anos, enquanto o grupo restante manteve sua dieta habitual.

Embora os participantes do grupo de restrição calórica tenham perdido peso e apresentaram um encurtamento dos telômeros mais rápido no primeiro ano, essa taxa de perda desacelerou no segundo ano.

De acordo com Waylon Hastings, um dos autores principais do estudo, a restrição calórica pode prolongar a vida ao reduzir o estresse oxidativo nas células. Menos energia consumida resulta em menos resíduos tóxicos, o que pode retardar a decomposição celular.

“Há muitas razões pelas quais a restrição calórica pode prolongar a expectativa de vida humana, e o tema ainda está em estudo”, afirmou Waylon.

Quais são as limitações do estudo?

Idan Shalev, líder da pesquisa, observou que o estudo de dois anos não foi longo o suficiente para conclusões definitivas sobre a relação entre restrição calórica e comprimento dos telômeros. Ele afirmou que a perda inicial de telômeros foi mais rápida do que o esperado, mas que a taxa de perda diminuiu à medida que os participantes se adaptaram.

A equipe de pesquisa planeja acompanhar os participantes por mais 10 anos para avaliar os efeitos a longo prazo da restrição calórica sobre os telômeros e o envelhecimento celular.

O estudo é crucial para entender como a dieta pode influenciar o processo de envelhecimento. Os resultados fornecem uma base para futuras pesquisas sobre a restrição calórica e suas possíveis aplicações para prolongar a vida humana.

O que o jejum intermitente tem a ver com isso?

Recentemente, o foco dos estudos científicos também se voltou para o jejum intermitente, uma prática que envolve a redução da janela de tempo em que os alimentos são consumidos. Alguns pesquisadores acreditam que o tempo de jejum pode ser tão importante quanto a quantidade de calorias ingeridas.

Em testes com macacos e ratos, aqueles que jejuaram por períodos maiores tiveram melhores resultados em termos de longevidade, reforçando a ideia de que esse método pode ser eficaz.

Ainda não há provas definitivas de que a restrição calórica ou o jejum intermitente funcionem da mesma forma em humanos. Alguns estudos sugerem que esses métodos podem melhorar a saúde cardíaca e metabólica, mas a evidência sobre o aumento da longevidade em pessoas é limitada.

O principal desafio é que estudos sobre longevidade em humanos levam muito tempo para serem concluídos, tornando difícil uma conclusão clara.

Jejum intermitente pode estar associado a maior risco de morte
Jejum intermitente pode estar associado a maior risco de morte - iStock/solidcolours

Afinal, o que comer para ajudar a retardar o envelhecimento?

Uma alimentação rica em nutrientes específicos pode ajudar a retardar o envelhecimento e promover uma vida mais saudável, como:

  • Frutas e vegetais ricos em antioxidantes, como frutas vermelhas (mirtilos, morangos, framboesas), uvas, cenouras e espinafre. Esses compostos ajudam a neutralizar os radicais livres, que causam danos celulares e aceleram o envelhecimento.
  • Alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3, como salmão, sardinha e atum, além de sementes de chia e linhaça. Esses ácidos são conhecidos por reduzir a inflamação e proteger a saúde do coração, ajudando a prevenir doenças crônicas associadas ao envelhecimento.
  • Nozes, amêndoas e sementes de abóbora, que são fontes ricas de vitamina E, um antioxidante que ajuda a proteger a pele dos danos causados pelos radicais livres e a manter a elasticidade da pele.
  • Grãos integrais como aveia, quinoa, arroz integral e cevada, que ajudam a regular o açúcar no sangue, além de melhorar a saúde digestiva. Isso reduz o risco de doenças crônicas, como diabetes e problemas cardiovasculares, que estão associadas ao envelhecimento precoce.
  • O chá verde contém polifenóis e catequinas, que são antioxidantes potentes com propriedades anti-inflamatórias. Essas substâncias ajudam a proteger as células do corpo contra danos e podem contribuir para a longevidade.
  • Rico em gorduras monoinsaturadas e antioxidantes, o azeite de oliva é conhecido por seus benefícios para a saúde cardiovascular e por combater a inflamação. Então, isso pode ajudar a manter o corpo mais saudável à medida que envelhece.

Portanto, esses alimentos, combinados a um estilo de vida saudável, contribuem para retardar o envelhecimento e melhorar a qualidade de vida a longo prazo.