Colesterol: tudo o que você precisa saber sobre o assunto

O colesterol em si não é necessariamente um "inimigo", mas mantê-lo sob controle é essencial

20/03/2024 09:01

É comum nos exames de rotina os médicos procurarem saber como está o colesterol do paciente. Afinal, ele é um sinalizador importante da saúde.

O colesterol alto é uma condição silenciosa, pois não apresenta sintomas, e perigosa, uma vez que aumenta o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, pressão alta e entupimento das veias, podendo causar infarto e derrame/AVC (acidente vascular cerebral).

Mas, afinal, o que é o colesterol?

O colesterol é um elemento presente em todas as células do corpo humano. É uma substância gordurosa insolúvel em água, que é produzida principalmente pelo fígado, mas também pode ser obtida através da dieta.

Ele é útil para diversas funções fundamentais como:

  • produção de vitamina D
  • secreção de hormônios esteroides
  • formação da bile
  • formação da membrana celular

Na realidade, é uma molécula inofensiva, cujo perigo se torna evidente se a sua concentração ultrapassar o limite. Dessa forma, causando problemas de saúde.

Na verdade, existem vários tipos diferentes de colesterol. 

Saiba tudo sobre o colesterol e quais os impactos dele se os níveis estiverem elevados
Saiba tudo sobre o colesterol e quais os impactos dele se os níveis estiverem elevados - jamesbenet/istock

Tipos de colesterol

  • Colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade): conhecido como “mau” colesterol, o LDL transporta colesterol das células para os tecidos do corpo. Quando em excesso, pode se acumular nas artérias, levando à formação de placas ateroscleróticas.
  • Colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade): chamado de “bom” colesterol, o HDL remove o excesso de colesterol do sangue, transportando-o de volta ao fígado para ser metabolizado e eliminado do corpo. Isso ajuda a prevenir o acúmulo de colesterol nas artérias.
  • Colesterol VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade): o VLDL é responsável por transportar triglicerídeos e colesterol pelo sangue, contribuindo para a formação de placas ateroscleróticas quando em excesso.

O mais importante para focar a atenção é o colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL), que é conhecido como colesterol “ruim”. 

Níveis elevados desta substância no sangue podem exigir medicamentos ou mudanças no estilo de vida para reduzi-los.

Impacto na saúde

Embora o colesterol seja essencial para a saúde, níveis desequilibrados podem ter impactos negativos. O colesterol alto, especialmente o LDL elevado, está associado a um maior risco de doenças cardiovasculares, como aterosclerose, doença arterial coronariana, ataques cardíacos e derrames.

Somente quando o colesterol ruim causa o acúmulo de placas nas artérias é que ele é considerado um importante fator de risco para ataque cardíaco, doenças cardíacas e derrame.

As placas ateroscleróticas formadas pelo acúmulo de colesterol nas artérias podem estreitar os vasos sanguíneos, reduzindo o fluxo sanguíneo para órgãos vitais e aumentando o risco de complicações graves.

Além disso, níveis elevados de colesterol podem contribuir para o desenvolvimento de condições hepáticas, resistência à insulina, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica.

Quais são os sintomas quando o colesterol está alto?

O colesterol alto é frequentemente referido como uma “doença silenciosa” porque geralmente não causa sintomas evidentes até que ocorram complicações mais graves, como doenças cardiovasculares.

Ou seja, você pode se sentir perfeitamente saudável, sem sentir nada de anormal e estar com o colesterol total ou com o LDL (o que possui maior potencial para prejudicar sua saúde) elevado.

No entanto, em alguns casos, podem ocorrer sinais e sintomas que podem indicar níveis elevados de colesterol no sangue. Esses sintomas são consequências de complicações que o colesterol alto traz. São eles: fadiga, palpitações e dor de cabeça.

Quais as situações que podem aumentar o “colesterol ruim”?

De acordo com o Ministério da Saúde os seguintes fatores podem aumentar o colesterol:

  • História familiar: o aumento do colesterol LDL pode ter origem genética.
  • Comportamento sedentário: a prática regular de atividade física ajuda a reduzir o colesterol LDL.   
  • Alimentação inadequada: Uma alimentação rica em alimentos ultraprocessados que também podem ser fontes de gorduras saturadas, e o baixo consumo de alimentos in  natura ou minimamente processados, são fatores atrelados ao aumento do colesterol.
  • Comorbidades: condições como a obesidade, o diabetes mellitus e a hipertensão arterial sistêmica, quando não controladas, podem levar ao aumento do colesterol.
  • Tabagismo: o hábito de fumar pode resultar em menores níveis de HDL (colesterol bom) e níveis mais elevados de LDL (colesterol ruim). Com isso, aumentam o risco de formação de placas e obstrução das artérias. 
O sedentarismo pode contribuir significativamente para o aumento dos níveis de colesterol, especialmente do colesterol LDL
O sedentarismo pode contribuir significativamente para o aumento dos níveis de colesterol, especialmente do colesterol LDL - Depositphotos

O que fazer para diminuir o colesterol alto?

Alimentação saudável

Consumir uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis, como ômega-3, pode ajudar a reduzir o colesterol LDL e aumentar o HDL.

Exercício regular

A atividade física regular pode ajudar a aumentar o colesterol HDL e reduzir o colesterol LDL e os triglicerídeos.

Evitar tabagismo e álcool

O tabagismo e o consumo excessivo de álcool podem aumentar o colesterol LDL e o risco de doenças cardiovasculares.

Manter um peso saudável

O excesso de peso e a obesidade estão associados a níveis elevados de colesterol e, portanto, a um maior risco de complicações de saúde.

Monitoramento médico regular

O único jeito de saber se o colesterol está alto é com exames de sangue. Portanto, realizar exames de sangue regulares é essencial.

O que não pode comer quando o colesterol está alto?

Tratamento 

O tratamento envolve  a adoção de hábitos saudáveis, que passa por uma alimentação baseada em alimentos in natura e minimamente processados, a prática regular de atividade física e o uso de medicamentos.

Em situações mais graves, de obstrução vascular significativa, o tratamento pode ser até cirúrgico.