Conheça as diferenças entre TOD e Borderline

Condições que afetam o comportamento e as emoções costumam a dar os primeiros sinais ainda na infância

Por Redação
04/11/2024 09:33

Pessoas diagnosticadas com o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD)Transtorno de Personalidade Borderline, de forma geral, têm comportamentos parecidos.

Elas costumam apresentar irritabilidade, tendência a discussões, medo de abandono e insatisfação consigo próprias.

Porém, saber identificar cada transtorno e suas particularidades é essencial para estabelecer um bom convívio em casa e em sala de aula e, no caso dos profissionais de educação, para poder adotar ações práticas que ajudem no aprendizado.

Segundo Mara Duarte, neuropedagoga, psicopedagoga, psicomotricista e coach educacional e diretora do Grupo Rhema Neuroeducação, é comum que os profissionais de educação se confundam com características dos transtornos, mas é preciso que conheçam as diferenças para poder agir de forma mais assertiva.

“Como agentes de transformação, é importante que eles saibam identificar as diferenças entre TOD e Borderline. Dessa forma, poderão colocar em prática estratégias que ajudem a lidar melhor com as crianças, estimulando-as a aprender da forma mais adequada”, afirma. 

Já na infância é possível observar os sinais de ambas as condições
Já na infância é possível observar os sinais de ambas as condições - FG Trade Latin/istock

Transtorno Opositivo Desafiador (TOD)

No caso de TOD, a especialista explica que tratam-se de pessoas que tendem a se opor e desafiar constantemente.

“O TOD é manifestado na infância e adolescência e seu padrão de comportamento é hostil e desafiador, voltado para figuras de autoridade como pais e professores”, explica, ressaltando que a pessoa com TOD costuma ter dificuldade em seguir regras.

“Lembre-se que, por se tratar de uma pessoa em desenvolvimento, o próprio transtorno causa angústia pela exclusão social devido ao seu comportamento. Por isso, em caso de suspeita, é preciso levar a criança para ser corretamente diagnosticada por um neurologista infantil ou psiquiatra. E, além disso, quanto mais conhecimento o profissional de educação tiver, mais ele conseguirá fazer uso de metodologias e estratégias para lidar melhor com cada caso”, orienta. 

Mara explica que o profissional precisa saber como dar ordens à criança com perfil muito desafiador. “É preciso ser claro e objetivo, mas nunca com agressividade. Fale com o portador de TOD procurando convencê-lo  e assumindo uma postura de liderança”, sugere. 

Sinais de TOD incluem irritabilidade e raiva, argumentação constante, desafio a regras e instruções de forma frequente, comportamento vingativo e recusa em obedecer.

Transtorno de Borderline

Já o Borderline é um transtorno marcado por instabilidade emocional intensa, relacionamentos interpessoais instáveis e comportamentos impulsivos.

Pessoas com TPB podem ter uma autoimagem oscilante e uma forte sensibilidade ao abandono.

Os sinais e sintomas comuns incluem mudanças de humor rápidas, comportamentos de autolesão, impulsividade e sentimentos de vazio.

“Quem possui costuma ter flutuações extremas de humor que atrapalham os estudos, trabalho e relações pessoais; e as causas podem incluir fatores genéticos, traumas, ambientes e disfunções neurobiológicas”, explica a diretora do Grupo Rhema Neuroeducação. 

Segundo Mara, o portador de Borderline normalmente tem problemas com a autoimagem, é impulsivo, tem dificuldade para confiar e pode ser agressivo.

“Assim como o TOD e outros transtornos, o Borderline pode levar a pessoa a ter ansiedade e depressão. Portanto, é necessário o diagnóstico do psiquiatra e acompanhamento psicológico”, ressalta. 

De forma prática, o profissional que lida com alguém com Borderline precisa demonstrar empatia e ser claro na comunicação. “Ele não deve usar palavras de acusação e nem contribuir para ataques de fúria da criança”, finaliza.