Consumo de processados está ligado a três tipos de câncer; saiba quais

Pesquisa investigou que alimento processado pode provocar três tipos de câncer: de boca, garganta e esôfago

Associado ao câncer, o consumo de alimentos processados é responsável por cerca de 57 mil mortes prematuras de pessoas entre 30 e 69 anos por ano no Brasil, apontam dados sobre o tema – iStock/Getty Images
Créditos: IRINA KROLEVETC/istock
Associado ao câncer, o consumo de alimentos processados é responsável por cerca de 57 mil mortes prematuras de pessoas entre 30 e 69 anos por ano no Brasil, apontam dados sobre o tema – iStock/Getty Images

Objeto constante de estudos científicos, o consumo de alimentos ultraprocessados está comprovadamente ligado a mortes prematuras. Uma pesquisa mais detalhada sobre o tema investigou que esse tipo de alimento pode provocar três tipos de câncer: de boca, garganta e esôfago.

A matemática é simples, direta e impiedosa. Segundo os pesquisadores, as pessoas que consumiram 10% mais alimentos ultraprocessados ​​do que outras pessoas no estudo tiveram um risco 23% maior de câncer de cabeça e pescoço. Tiveram ainda um risco 24% maior de adenocarcinoma de esôfago, um tipo de câncer que cresce nas glândulas que revestem o interior dos órgãos.

Processados x Câncer: Como foi feita a pesquisa? 

Para entender a relação entre o consumo de ultraprocessados e o aumento do risco de câncer, o estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Bristol, nos Estados Unidos, e publicado no European Journal of Nutrition, analisou as dietas e estilos de vida de quase meio milhão de pessoas durante mais de uma década.

Os ultraprocessados populares incluem batatas fritas, salgadinhos fritos, carnes processadas, pão produzido em massa, refrigerantes, doces e chocolate, sorvetes, bolos, iogurtes com sabor de frutas, refeições prontas e algumas bebidas alcoólicas. Além disso, os produtos desta categoria são ricos em gordura de má qualidade, adição de açúcar e sal, além de baixa densidade de vitaminas e fibras. São também economicamente rentáveis para a indústria e mais baratos para o consumidor.

E os aditivos? 

Além da composição comprometedora, os autores do estudo sugeriram que outras razões poderiam explicar os riscos mais elevados associados de câncer da boca e de garganta – tais como a presença de aditivos, incluindo emulsionantes e adoçantes artificiais, anteriormente associados a um risco aumentado de desenvolvimento de doenças. Outro fator destacado pelos especialista diz respeito aos contaminantes das embalagens onde os produtos são mantidos, bem como o processo de fabricação, poderiam ajudar a explicar a ligação entre o consumo desses alimentos e o câncer de boca e garganta.