Desânimo constante e mau humor? Pode ser distimia

Sentimentos persistentes de tristeza, apatia e baixa autoestima podem indicar distimia, um tipo de depressão leve, porém duradoura

Por Caroline Vale em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
18/06/2025 15:04 / Atualizado em 22/06/2025 00:03

Se você vive com sensação constante de cansaço, tristeza, mau humor e baixa autoestima, pode estar enfrentando mais do que uma fase ruim.

Esses sintomas são comuns em um transtorno chamado distimia, também conhecido como transtorno depressivo persistente.

Tédio, desânimo e mau humor constantes podem ser sinais de distimia, um tipo de depressão crônica. | (Imagem meramente ilustrativa. Posada por profissional.)
Tédio, desânimo e mau humor constantes podem ser sinais de distimia, um tipo de depressão crônica. | (Imagem meramente ilustrativa. Posada por profissional.) - to:skynesher/istock

Apesar de ser considerada uma forma mais leve de depressão, a distimia pode se arrastar por anos e comprometer significativamente a qualidade de vida.

Muitos convivem com os sintomas sem perceber que precisam de ajuda, pois acabam acreditando que esse estado de ânimo faz parte da própria personalidade.

O que é e como reconhecer a distimia?

O termo “distimia” vem do grego e significa “mau estado de espírito”. Segundo a Johns Hopkins Medicine, trata-se de uma depressão leve, mas de longa duração.

Para ser diagnosticada, a pessoa deve apresentar humor depressivo por pelo menos dois anos, acompanhado de pelo menos dois dos seguintes sintomas:

  • Sensação constante de tristeza ou vazio;
  • Dificuldade de concentração ou para tomar decisões;
  • Fadiga e baixa energia;
  • Irritabilidade ou mau humor persistente;
  • Sentimentos de desesperança;
  • Alterações no sono e no apetite;
  • Baixa autoestima.

Embora os sintomas possam parecer “suportáveis”, a distimia pode ser tão limitante quanto episódios de depressão maior, especialmente quando não é tratada.

Causas, diagnóstico e tratamento

As causas da distimia ainda não são totalmente compreendidas, mas fatores como predisposição genética, alterações químicas no cérebro e experiências traumáticas parecem estar ligados ao seu desenvolvimento.

Estresse contínuo e histórico familiar de depressão também são considerados fatores de risco.

O diagnóstico é clínico e feito por um profissional de saúde mental, que avaliará os sintomas e sua duração.

Em muitos casos, pessoas com distimia também enfrentam episódios de depressão mais grave, voltando depois ao humor persistentemente rebaixado.

O tratamento costuma incluir:

  • Psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC);
  • Uso de antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS);
  • Mudanças no estilo de vida, como prática de atividades físicas, sono regular e apoio social.

É fundamental que o diagnóstico e o acompanhamento sejam feitos por um médico. Reconhecer o problema é o primeiro passo para recuperar a qualidade de vida.