Descoberta proteína que espalha câncer de pele

As descobertas podem abrir caminho para o desenvolvimento de novas maneiras de combater a propagação do melanoma

Um estudo de pesquisadores da Queen Mary University of London identificou uma proteína responsável por espalhar o melanoma, tipo mais severo de câncer de pele, e torná-lo mais agressivo.

Essa proteína chamada LAP1 dá às células cancerígenas a capacidade de mudar a forma de seu núcleo – uma característica que permite que elas migrem e se espalhem pelo corpo.

Pesquisadores descobrem proteína que auxilia o espalhamento do câncer de pele
Créditos: LightFieldStudios/istock
Pesquisadores descobrem proteína que auxilia o espalhamento do câncer de pele

Progressão do melanoma

As descobertas esclarecem um mecanismo de progressão do melanoma e podem abrir caminho para o desenvolvimento de novas maneiras de combater a propagação da doença.

A disseminação do câncer ou “metástase” é a principal causa de morte por câncer. Para metástase, as células cancerígenas precisam se desprender do tumor primário, viajar para outra parte do corpo e começar a crescer lá.

No entanto, o ambiente denso de um tumor torna isso fisicamente difícil para as células cancerígenas.

Os pesquisadores descobriram que células agressivas de melanoma abrigavam altos níveis de uma proteína chamada LAP1, e que o aumento dos níveis dessa proteína estava associado a um mau prognóstico em pacientes com melanoma.

Câncer de pele é o mais frequente no Brasil e no mundo, causado principalmente pela exposição excessiva ao sol
Créditos: JodiJacobson/istock
Câncer de pele é o mais frequente no Brasil e no mundo, causado principalmente pela exposição excessiva ao sol

Quando a equipe bloqueou a produção da proteína LAP1 em células agressivas, no entanto, elas foram menos capazes de se mover.

O professor Sanz-Moreno disse que está interessado em entender como as células cancerígenas se comunicam com seu ambiente para promover seu crescimento e disseminação

“Como o LAP1 é expresso em níveis tão altos nas células metastáticas, interferir nessa maquinaria molecular pode ter um grande impacto na disseminação do câncer”, disse ele.

Atualmente, não há medicamentos que tenham como alvo o LAP1 diretamente. Portanto, ele anseia em investigar maneiras de atingir o LAP1 e o envelope nuclear para ver se é possível bloquear a progressão do melanoma.

Quais os sinais do câncer de pele?

O câncer de pele ocorre principalmente nas áreas do corpo que são mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas. Os principais sinais e sintomas são:

  • Manchas que coçam, descamativas ou que sangram
  • Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor
  • Feridas que não cicatrizam em até quatro semanas

Mas fique atento: o câncer de pele varia muito na aparência. Alguns podem mostrar todas as alterações, enquanto outros podem ter apenas uma ou duas características incomuns.

Então, se você observar qualquer novo sinal na pele ou mudança em uma pinta ou mancha que já existia deve servir de alerta para procurar um dermatologista.

Uma técnica didática também ajuda no reconhecimento de possíveis sintomas. Ela se chama ABCDE:

  • Assimetria: verifique se os dois lados de uma pinta são iguais. Se apresentarem diferenças deve ser investigado;
  • Bordas irregulares: verifique se a borda está irregular, serrilhada, não uniforme;
  • Cor: verifique se há várias cores misturadas em uma mesma pinta ou mancha;
  • Diâmetro: veja se a pinta ou mancha está crescendo progressivamente;
  • Evolução: se a mancha tiver mudanças de cor, tamanho ou forma.