Descoberto hormônio que retarda e interrompe a demência

Hormônio humano pode ser a chave para tratamento contra a doença que afeta 55 milhões de pessoas no mundo

23/05/2024 07:21

Um hormônio já produzido pelo corpo poderia interromper o estágio inicial do Alzheimer e de outras demências. É o que acreditam pesquisadores da Universidade de Dundee, no Reino Unido.

Eles descobriram que uma pequena parte do hormônio leptina pode reduzir os efeitos de duas proteínas tóxicas no cérebro chamadas amiloide e tau.

Essas proteínas se acumulam, causando placas e emaranhados ao redor das células cerebrais, o que leva à perda de memória e ao desenvolvimento da doença de Alzheimer.

A pesquisa foi publicada no ano passado no Journal of Neurochemistry e pode ser visualizada online.

O que é o hormônio leptina?

A leptina é um hormônio liberado pelo tecido adiposo (gordura corporal) que ajuda o corpo a manter o peso normal a longo prazo. Faz isso regulando a fome, proporcionando a sensação de saciedade.

A resistência à leptina faz com que você sinta fome e coma mais, mesmo que seu corpo tenha reservas de gordura suficientes.

Hormônio humano pode ser a chave contra a demência
Hormônio humano pode ser a chave contra a demência - lightsource/DepositPhotos

Mas o que o novo estudo descobriu é que a leptina pode ter efeitos dramáticos também no cérebro, incluindo parar o desenvolvimento da doença de Alzheimer nas suas fases iniciais.

Segundo os pesquisadores, foi descoberto que a aplicação de leptina pode bloquear a capacidade da amiloide e da tau de interferir nas sinapses e na perda de memória. Assim, ela pode prevenir os efeitos indesejados dessas alterações celulares.

Apesar da descoberta, a equipe da pesquisa admite que pode levar alguns anos até que qualquer novo medicamento à base de leptina esteja disponível.

É o que se espera pois o desenvolvimento de medicamentos não é um processo rápido, a maioria dos medicamentos leva cerca de 10 anos, até que se cumpra uma série de verificações de segurança.

Demência no mundo

A demência afeta em todo o mundo cerca de 55 milhões de pessoas. Mas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse número pode saltar para 139 milhões em 2050.

Atualmente a sétima principal causa de morte e uma das principais causas de incapacidade e dependência entre os idosos.

Demência é um termo para diversas doenças que afetam a memória, o pensamento e a capacidade de realizar atividades diárias. 

O Alzheimer é a forma mais comum da doença.

Sinais e sintomas de demência

  • esquecer-se de coisas ou eventos recentes
  • perder coisas
  • se perder ao caminhar ou dirigir
  • ficar confuso, mesmo em lugares familiares
  • perder a noção do tempo
  • dificuldades em resolver problemas ou tomar decisões 
  • problemas para acompanhar conversas ou dificuldade para encontrar palavras 
  • dificuldades em realizar tarefas familiares
  • avaliar mal as distâncias dos objetos visualmente
  • sentir-se ansioso, triste ou irritado com a perda de memória 
  • mudanças de personalidade
  • estar menos interessado nas emoções de outras pessoas