Descoberto novo fator que favorece o risco de desenvolvimento de Alzheimer
Adultos que enfrentam este fator têm mais chances de experimentar declínio mental e perda de memória na velhice
O estresse constante e elevado pode funcionar como um forte fator para o desenvolvimento de doenças como o Alzheimer e outras formas de demência.
Essa é a principal conclusão de um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado recentemente no Jama (Journal of the American Medical Association).
Nele, os pesquisadores descobriram que indivíduos que vivem sob forte pressão têm maiores probabilidades de sofrer perdas cognitivas e de memória na terceira idade.
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Durante um período de quatro anos, os pesquisadores monitoraram cerca de 25 mil voluntários com mais de 45 anos. Todo esse processo rendeu valiosas informações e percepções sobre conexões entre o estresse e as capacidades cognitivas.
Como o estresse afeta nossa cognição?
Através de avaliações constantes, os pesquisadores conseguiram observar que aqueles que apontavam níveis mais altos de estresse demonstravam pior rendimento nos testes de memória.
Essa conexão se manteve mesmo após a consideração de variáveis como nível socioeconômico e outros problemas de saúde, como doenças cardiovasculares.
Uma das possíveis explicações é que o estresse está correlacionado com modificações hormonais e inflamatórias que podem prejudicar o cérebro, além de desencadear problemas de sono e uma queda na efetividade do sistema imunológico.
Outro ponto revelado pela pesquisa é a relação entre o esgotamento causado pelo estresse e a aderência a comportamentos pouco saudáveis, como o tabagismo e o sedentarismo.
Esta descoberta sinaliza a necessidade de monitorar esses indivíduos e planejar intervenções que possam minimizar o risco de perda cognitiva na terceira idade.
Risco de demência é maior em grupos minoritários
O estudo também destaca a possibilidade de que a alta prevalência de demência em grupos minoritários raciais e étnicos possa estar ligada aos níveis de estresse mais elevados enfrentados por estas populações, decorrentes de fatores como baixo status socioeconômico e discriminação.
Segundo os autores do estudo, uma redução entre 10% e 25% em fatores de risco modificáveis, como estresse, má alimentação e inatividade física, poderia prevenir 1,3 milhões de casos de Alzheimer ao redor do mundo.
No entanto, são necessárias mais pesquisas para entender como fatores sociais e comportamentais relacionados ao estresse afetam diferentes grupos e para planejar intervenções eficazes para prevenir o declínio cognitivo.