Descobertos os perigos de beber álcool durante o voo

Pesquisadores alertam sobre risco para a saúde cardíaca de passageiros

Um novo estudo descobriu que o consumo de álcool e a pressão da cabine a bordo podem influenciar a saúde cardíaca dos passageiros que dormem durante o voo.

Segundo os pesquisadores alemães, os níveis de oxigênio no sangue podem cair e a frequência cardíaca aumentar durante o sono

A equipe publicou o resultado da pesquisa na revista Thorax, uma publicação mensal revisada por pares do British Medical Journal (BMJ).

Álcool durante o voo pode expor passageiro a riscos para a saúde cardíaca, de acordo com estudo
Créditos: AndrewLozovyi/DepositPhotos
Álcool durante o voo pode expor passageiro a riscos para a saúde cardíaca, de acordo com estudo

Ainda segundo os pesquisadores, esse efeito acontece até mesmo com pessoas jovens e saudáveis.

Detalhes do estudo

A equipe do estudo analisou os níveis de oxigênio no sangue de 48 participantes saudáveis ​​com idades entre 18 e 40 anos, divididos aleatoriamente em dois grupos.

Um grupo passou duas noites num laboratório do sono, enquanto o outro foi colocado numa câmara de altitude que correspondia a cerca de 2.438 metros acima do nível do mar, refletindo a pressão da cabine num voo comercial.

Os participantes consumiram álcool antes de uma das noites e tiveram duas noites de recuperação de oito horas entre elas.

Eles beberam o equivalente a duas latas de cerveja ou dois copos de vinho, com uma concentração média de álcool no sangue de 0,043%.

O que descobriram sobre o consumo de álcool durante o voo?

Aqueles expostos a uma combinação de pressão na cabine e álcool viram seus níveis de oxigênio no sangue reduzirem para uma média de 85% durante o sono.

A frequência cardíaca aumentou para uma média de 87,7 batimentos por minuto (bpm).

Isso se compara a 88% do nível de oxigênio no sangue e 72,9 bpm para aqueles que experimentam pressão na cabine sem consumir álcool.

Para o grupo que não bebia num laboratório do sono, o nível médio de oxigênio no sangue era de 95,8%. E a frequência cardíaca era de 63,7 bpm.

Os cientistas explicaram que a combinação da ingestão de álcool com o sono em condições de baixo oxigênio em altas altitudes representa uma pressão considerável sobre o sistema cardíaco.

Por consequência, isso pode levar à exacerbação dos sintomas em pacientes com doenças cardíacas ou pulmonares.

Isso é especialmente perigoso para os passageiros com condições médicas pré-existentes. Já que a saturação de oxigênio deles pode ser baixa no início e depois cair para níveis ainda mais baixos.

Limitações do estudo

Os autores destacaram que o estudo incluiu apenas indivíduos saudáveis, portanto, não representa a população média.

As condições de sono também se assemelhavam mais à classe executiva ou à primeira classe do que à classe econômica, já que os participantes dormiam horizontalmente.

Além disso, o estudo é pequeno, mas ainda assim fornece pistas importantes para os pesquisadores continuarem a explorar os efeitos do álcool durante voos.