Contracepção é um direito: SUS amplia acesso ao DIU no pós-parto

O Ministério da Saúde está movendo esforços no sentido ampliar o acesso ao método anticoncepcional DIU – dispositivo intrauterino  no SUS – Sistema Único de Saúde , a fim de garantir ao maior número possível de mulher es o direito à contracepção durante o período pós-parto e pós-aborto espontâneo induzido.

A medida tem o objetivo de garantir à mulher sair do hospital já fazendo uso de um método seguro, eficaz e duradoura de contraceptivo, e assim ter resguardados os seus direitos reprodutivos. Além disso, a longo prazo, o intuito é diminuir o índice de gestações indesejadas, sobretudo em adolescentes.

O processo, que foi anunciado pela instituição em março deste ano – clique aqui para saber mais -, teve seus primeiros passos no início deste mês de agosto, em Goiânia, e será estendida aos demais Estados a depender da demanda. O aprimoramento prático da inserção do DIU no pós-parto e pós-abortamento no SUS é feita de forma ascendente, ou seja, cabe a cada Estado ou município solicitar a quantidade que necessita ao Ministério da Saúde, e a compra é centralizada pelo órgão.

Goiânia foi a primeira cidade a colocar a medida em prática, e, por conta disso, os profissionais da saúde da capital foram os primeiros no país a receberem um treinamento com uma equipe enviada pelo Ministério da Saúde.

Em Goiânia, o Dispositivo Intrautrino (DIU) de cobre começou a ser oferecido gratuitamente a gestantes e mulheres em condições de pós-aborto no Hospital e Maternidade Dona Iris e na Nascer Cidadão.

Em 2015, foram mais de 522 mil unidades do dispositivo intrauterino em todo o Brasil. A ideia é que até 2018, sejam investidos mais de R$ 12 milhões no acesso ao DIU pelo SUS, visando um incremento no uso de até 10% até 2020.

O DIU – que pode ser de cobre ou hormonal – não oferece nenhum risco abortivo e não causa infertilidade, podendo ser utilizado também por lactantes. Além disso, no caso da versão de cobre, o DIU está livre de qualquer associação com doenças vasculares. Considerado pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) um dos anticoncepcionais reversíveis mais eficazes, seu índice de falha varia de 0,5 a 1%.

Atualmente, a mulher que precisa recorrer ao método, pode fazê-lo sem custo, via SUS. Porém, antes da medida do Ministério da Saúde, o acesso só se dava por meio de um processo mais longo. O primeiro passo é procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa e passar por um acompanhamento clínico, que inclui exames preventivos de rotina e planejamento reprodutivo familiar, a fim de esclarecer os prós e contras do método. O andamento do processo varia de acordo com a demanda da região e da fila de espera do posto em questão.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o DIU é o anticoncepcional reversível mais utilizado em todo o mundo, o que representa mais de 170 mulheres.

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