Especialista sugere forma simples de confirmar suspeita de demência
De acordo com o neurologista, mudanças comportamentais muito evidentes em certa idade podem acender o alerta para a condição
A demência é frequentemente subdiagnosticada. Muitas vezes, quando descoberta já está em estágio mais avançado.
Em seu livro “How To Prevent Dementia” (“Como Prevenir Demência”, em tradução livre), o neurologista Dr. Richard Restak sugeriu uma forma simples de confirmar a suspeita.
Segundo ele, dois conjuntos de perguntas podem ajudar a detectar o provável início de Alzheimer ou outra demência em outra pessoa.
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As perguntas que ele recomenda fazer em caso de suspeita de demência são:
- “A pessoa apresenta alguma mudança no seu comportamento habitual? A pessoa está apresentando um início recente de dificuldade de memória? Eles mostram uma mudança notável em seu comportamento habitual?”
- “Se a resposta a alguma das perguntas anteriores for sim, essa mudança de comportamento interfere na vida diária, especialmente no relacionamento com outras pessoas?”
Por que fazer essas perguntas ajudam?
O médico explicou que “quando atingimos a idade adulta, o nosso comportamento adquiriu uma regularidade” e “previsibilidade” que a maioria dos nossos entes queridos reconhece.
Dessa forma, qualquer mudança notável no padrão de comportamento justifica uma desconfiança.
Ainda segundo o especialista, essas mudanças podem representar um sinal de alerta mais significativo que a própria perda de memória.
O que é demência e como diagnosticá-la?
A demência é uma condição neurológica que afeta a memória, o pensamento, o comportamento e a capacidade de realizar atividades diárias.
Ao notar sinais suspeitos, a primeira ação deve ser consultar um médico, de preferência um neurologista ou geriatra especializado em distúrbios cognitivos.
Um profissional de saúde pode realizar uma avaliação inicial e decidir se um encaminhamento para um especialista é necessário.
O médico pode realizar uma série de exames físicos e neurológicos para avaliar a saúde geral e identificar possíveis causas alternativas dos sintomas.
Esses exames podem incluir avaliações do reflexo, coordenação, força muscular, sensibilidade e resposta visual.
Exames de imagem, como tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), são importantes para visualizar a estrutura do cérebro e identificar alterações que possam estar associadas à demência.
Esses exames ajudam a descartar outras condições que possam causar sintomas semelhantes, como tumores cerebrais ou AVCs.
Quais os fatores de risco para demência?
- idade avançada;
- histórico familiar;
- certos genes, como o gene da apolipoproteína E (APOE ε4);
- traumas cranianos graves, especialmente lesões que causam perda de consciência;
- doenças crônicas, como o diabetes;
- hábitos pouco saudáveis de vida, como dieta pobre, falta de atividade física, tabagismo e consumo excessivo de álcool.
Quais os sinais precoces de demência?
Perder objetos com frequência
De acordo com a Alzheimer Society, perder as chaves ou óculos de vez em quando não é nada alarmante, mas se alguém regularmente não se lembra onde deixou seus objetos, pode ser um sinal precoce de demência.
Dificuldade em focar
Quando a demência começa a tomar conta do cérebro, as tarefas que exigem organização e planejamento podem se tornar muito mais difíceis que antes.
Problemas com a linguagem
Um sinal que pode indicar que uma pessoa está sofrendo de demência é ter dificuldade em formar frases ou encontrar as palavras certas durante as conversas. Embora todos possam esquecer uma ou outra palavra de vez em quando, lutar regularmente para lembrar as palavras ou substituí-las em frases por palavras aleatórias pode ser um sinal.
Perda de memória
Talvez o sinal mais conhecido da condição seja a perda de memória. Esse sinal é um dos primeiros alertas para o declínio cognitivo.
Desorientação de tempo e lugar
Outro sinal é dificuldade em saber qual o dia da semana. Pessoas com demência frequentemente se perdem no tempo. Também é comum se perderem na rua, tendo lapsos de memória, sem conseguir lembrar o caminho de volta para a casa.