Este tipo de gordura pode aumentar risco de Alzheimer, diz estudo

O estudo inovador revela uma conexão surpreendente entre um tipo específico de gordura e a inflamação cerebral

Em uma nova descoberta médica, o excesso de um tipo específico de gordura acabou associado ao risco aumentado de desenvolvimento da doença de Alzheimer.

A revelação veio de um estudo conduzido pelo Mallinckrodt Institute of Radiology, da Washington University School of Medicine.

Gordura visceral pode contribuir para o desenvolvimento da doença de Alzheimer
Créditos: animaxx3d/DepositPhotos
Gordura visceral pode contribuir para o desenvolvimento da doença de Alzheimer

Como esse tipo de gordura aumenta o risco de Alzheimer?

O estudo concluiu que os participantes com maiores níveis de gordura visceral apresentavam mais proteínas beta-amiloide e tau, ligadas ao desenvolvimento da doença de Alzheimer, no cérebro. Isso comparado com os indivíduos que tinham mais gordura subcutânea.

Além disso, os níveis mais elevados de gordura visceral estavam associados ao aumento da inflamação cerebral.

O pesquisador, Mahsa Dolatshahi, explica que as secreções inflamatórias da gordura visceral podem levar à inflamação no cérebro, que é um dos principais mecanismos que contribuem para a doença de Alzheimer.

Para o estudo, os pesquisadores examinaram 54 indivíduos saudáveis, com idade entre 40 e 60 anos.

O que é gordura visceral?

A gordura visceral é uma camada de gordura que envolve os órgãos do abdômen. Ao contrário da gordura subcutânea, que se acumula na superfície do corpo, a gordura visceral é interna e, portanto, não é visível.

Mesmo pessoas com um Índice de Massa Corporal (IMC) considerado normal podem ter níveis significativos desta gordura.

Seu excesso tem sido associado a várias condições de saúde de alto risco, como síndrome metabólica, hipertensão, colesterol alto e resistência à insulina.

Prevenindo a doença de Alzheimer

A descoberta ressalta a importância de manter um estilo de vida saudável para a prevenção da doença de Alzheimer.

A manutenção de uma alimentação equilibrada e a prática regular de atividades físicas podem ajudar a controlar os níveis de gordura visceral.

O estudo, que será apresentado na próxima reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA), abre novos caminhos para a compreensão dos mecanismos subjacentes à doença de Alzheimer e para o desenvolvimento de tratamentos futuros.

Entretanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar se a redução da gordura visceral pode realmente diminuir o risco de Alzheimer e para entender melhor a ligação.