Estudo aponta variante brasileira em 64% dos infectados em São Paulo

A presença da cepa do Reino Unido também foi monitorada na população paulistana

26/03/2021 16:00

Um estudo feito pela Prefeitura de São Paulo em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da USP mostrou que a variante brasileira P.1 é responsável por 64% dos infectados pelo novo coronavírus na capital paulista.

O levantamento avaliou testes PCR coletados no início do mês de março. Entre 92 amostras analisadas, foram identificados 73 casos provenientes de variantes do Sars-CoV-2. Deste número, 52 representavam mutações de preocupação e 21 de outras linhagens.

A variante P.1, identificada como tendo sua origem em Manaus, dominou o cenário, representando 64,4% desses casos. A cepa do Reino Unido (B.1.1.7) também foi detectada no estudo, mas representou apenas 6,8% das infecções na capital paulista.

 Variante brasileira P.1 representa 64% das infecções por covid-19 na cidade de São Paulo
 Variante brasileira P.1 representa 64% das infecções por covid-19 na cidade de São Paulo - Rovena Rosa/Agência Brasil

A alta circulação dessas variantes na cidade é uma das razões, segundo o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, que explicam o maior número de jovens infectados e alta nas mortes de pacientes que vão para a UTI.

“Na população de 20 a 54 anos é onde hoje se concentram o maior número de casos confirmados de covid-19. É exatamente uma característica acentuada dessas novas variantes. São esses os pacientes que em número cada vez mais acentuado que procuram o sistema de saúde quase sempre em estágio avançado”, disse Edson Aparecido.

Mudança no protocolo de atendimento

Os dados levantados pela Prefeitura mostram ainda que esses pacientes mais jovens evoluem sem sintomas e só procuram atendimento médico quando o quadro já está mais agravado. É por isso que a partir de agora a capital paulista vai adotar um novo protocolo de atendimento de casos de covid-19.

A orientação agora é que pessoas com suspeita de covid-19 procurem imediatamente uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para avaliação médica e realização de teste RT-PCR, hemograma e outros exames.

A ideia é realizar um monitoramento na tentativa de diminuir o agravamento do caso.

O paciente deverá retornar no sexto dia para ser reavaliado e passar pelos mesmos exames. Se a saturação do paciente for maior que 94, a UBS fornecerá um oximêtro para que a taxa de oxigenação no sangue seja monitorada diariamente em casa.

Caso a saturação seja menor que 94, ele deve retornar até a unidade para que o médico decida o encaminhamento.