Estudo defende exame de sangue para prever quem terá Alzheimer

Pesquisadores defendem a inclusão de novos biomarcadores nos testes que permitirá uma melhor seleção de pacientes com probabilidade de desenvolver a doença

Os cientistas podem ter encontrado a possível causa da doença de Alzheimer e acreditam que a condição possa ser detectada com um simples exame de sangue.

Há muito tempo os especialistas têm conhecimento sobre a ligação entre o acúmulo de amiloide no cérebro e a doença de Alzheimer. No entanto, permanece um mistério se as placas amiloides são uma causa ou um sintoma da doença.

Cientistas acreditam que predisposição ao Alzheimer possa ser descoberta pelo exame de sangue
Créditos: Cecilie_Arcurs/istock
Cientistas acreditam que predisposição ao Alzheimer possa ser descoberta pelo exame de sangue

Ainda mais intrigante é o fato de que alguns pacientes que apresentam aglomerados de amiloide em seus cérebros nunca desenvolvem a doença de Alzheimer.

Contudo, um estudo realizado pela Universidade de Pittsburgh pode ter encontrado a resposta para esse enigma.

A pesquisa revelou que os pacientes que desenvolvem a doença de Alzheimer também apresentam indicadores no sangue de que as células imunológicas, chamadas astrócitos, estão ativadas.

Os astrócitos, células imunológicas em forma de estrela, desempenham um papel fundamental ao fornecer nutrientes e oxigênio ao cérebro, além de protegê-lo contra patógenos.

Segundos os autores do estudo, isso coloca os astrócitos no centro como principais reguladores da progressão da doença, desafiando a noção de que a amiloide é suficiente para desencadear a doença de Alzheimer.

Detalhes do estudo

O estudo, publicado na revista Nature Medicine, foi conduzido através da análise de amostras de sangue de mais de 1.000 idosos cognitivamente saudáveis, alguns com a presença de amiloides no cérebro e outros sem.

Os pesquisadores constataram que somente aqueles que possuíam uma combinação de amiloides e marcadores sanguíneos indicativos de atividade anormal dos astrócitos progrediriam para a forma sintomática da doença de Alzheimer no futuro.

Dessa forma, os pesquisadores acreditam que testar a presença de amiloide cerebral junto com biomarcadores sanguíneos de reatividade de astrócitos é a triagem ideal para identificar pacientes com maior risco de progredir para a doença de Alzheimer.

Os resultados dessa pesquisa foram descritos como uma descoberta “crítica” para o desenvolvimento de medicamentos destinados a interromper a progressão da doença.