EUA estudam usar remédio contra ebola no tratamento da covid-19
Estudo mostra que pacientes que usaram antiviral remdesivir mostraram recuperação mais rápida
O FDA (agência norte-americana de controle de medicamentos) deve autorizar uso do remdesivir –medicamento antiviral experimental—no tratamento de pacientes com novo coronavírus (covid-19).
A decisão vem depois dos resultados de um ensaio clínico mostrarem que os pacientes com covid-19 que foram medicados com remdesivir apresentaram recuperação 31% mais rápida do que aqueles que apenas receberam um placebo.
A pesquisa, conduzida pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, foi feita com mais de mil pacientes gravemente infectados com coronavírus em 75 hospitais em todo o mundo e concluiu que os doentes que foram tratados com Remdesivir apresentaram recuperação 31% mais rápida do que aqueles que apenas receberam um placebo.
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O tempo de recuperação com Remdesivir –antiviral desenvolvido contra o ébola – diminui de 15 para 11 dias. Os cientistas também sugerem que o medicamente pode ter influência na sobrevivência.
Segundo o estudo, no grupo de pessoas que recebeu a medicação, 8% morreram, menos 3% do que aqueles que receberam um placebo. Ainda não foi encontrada uma cura para a covid-19 e, por isso, o remdesivir –produzido pela farmacêutica norte-americana Gilead– poderá ser utilizado para ajudar em melhor e mais rápida recuperação.
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Em comunicado, a Gilead Sciences disse ter “conhecimento dos dados positivos emergentes do estudo e que “o ensaio cumpriu os seus objetivos principais”.
Para Anthony Fauci, diretor do Instituto de Doenças Infecciosas, os dados mostram que o remdesivir tem efeito claro, significativo e positivo em diminuir o tempo de recuperação. Em entrevista ontem na Casa Branca, ao lado do presidente Donald Trump. Fauci disse que considera “comprovado que um medicamente pode bloquear esse vírus”. “Esse será o padrão de tratamento”, afirmou.
Os especialistas também concordam que os resultados trazem esperança no combate à pandemia. “Esses resultados são realmente promissores. Eles mostram que esse medicamente pode melhorar claramente o tempo de recuperação”, disse o professor e diretor da Unidade de Ensaios Clínicos da Universidade de Londres, Mahesh Parmar, citado pelo jornal The Guardian.
O professor lembrou, no entanto, que é necessário garantir certos aspectos antes de disponibilizar amplamente o remédio.
“Os dados precisam ser revistos por entidades reguladoras, que avaliem se o medicamento pode ser licenciado e, em seguida, analisados pelas autoridades de saúde de vários países. Enquanto isso estiver sendo processado, obteremos mais dados a longo prazo desse e de outros estudos”.