Extrato de chá popular pode causar danos ao fígado

Segundo pesquisadores, não é possível saber quem pode tomar com segurança esse suplemento

17/05/2023 16:00

Os suplementos podem parecer uma opção tentadora para a melhoria de vários aspectos da saúde. No entanto, tem havido um aumento no número de relatório de casos fundamentando os efeitos adversos associados aos suplementos, incluindo ao extrato de chá verde.

Esse é uma das bebidas mais populares em todo o mundo, pois acredita-se que seus antioxidantes sejam capazes de prevenir muitas doenças.

Mas acontece que o extrato de chá verde, suplemento derivado da planta, contém uma quantidade muito maior de catequinas e também cafeína, em comparação com o saquinho de chá normal.

As catequinas descrevem produtos químicos naturais à base de plantas que existem em alimentos e ervas medicinais. já a cafeína, quando acumulada no fígado, pode ser perigosa.

Extrato de chá verde em altas doses pode prejudicar o fígado
Extrato de chá verde em altas doses pode prejudicar o fígado - kuppa_rock/istock

Risco ao fígado

Um estudo publicado no The Journal of Dietary Supplements descobriu que o uso prolongado de extrato de chá verde em altas doses pode causar danos ao fígado.

No entanto, segundo os autores, isso parece ocorrer apenas em uma pequena parte da população, com duas variantes genéticas sendo capazes de prever parte do risco.

A equipe de pesquisa analisou se pessoas com certas variações genéticas eram mais propensas a mostrar sinais de estresse hepático após um ano ingerindo o extrato.

Os participantes tomaram cerca de 843 miligramas do antioxidante predominante no chá verde, uma catequina chamada epigalocatequina galato (EGCG), diariamente.

Os pesquisadores selecionaram duas variações genéticas em questão porque cada uma controla a síntese de uma enzima que decompõe o EGCG.

A análise revelou que os primeiros sinais de dano hepático eram mais comuns em mulheres com uma variação no genótipo catecol-O-metiltransferase (COMT) e fortemente previstos por uma variação no genótipo uridina 5′-difosfo-glucuronosiltransferase 1A4 (UGT1A4).

Os participantes com o genótipo UGT1A4 de alto risco viram a enzima que indica o estresse hepático subir quase 80% após nove meses de consumo do suplemento de chá verde.

“Ainda estamos muito longe de prever quem pode tomar com segurança o extrato de chá verde em altas doses”, disseram os autores.

Embora a toxicidade hepática esteja ligada a altas doses de extrato de chá verde, doses baixas e beber chá verde não parecem representar os mesmos riscos.