Famoso ingrediente presente em ultraprocessados aumenta risco de depressão

Os resultados mostram que bebidas adocicadas aumentam a probabilidade de depressão em 37%

Aspartame presente em refrigerantes e outros produtos diet pode causar danos à saúde, entre eles a depressão – iStock/Getty Images
Créditos: Heidloss Tilo Geringswald Felix GbR/istock
Aspartame presente em refrigerantes e outros produtos diet pode causar danos à saúde, entre eles a depressão – iStock/Getty Images

Estudo recente divulgado nos Estados Unidos revela que a ingestão de alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, refeições prontas e batatas fritas, pode aumentar a possibilidade de desenvolver depressão.

Os resultados mostram que bebidas adocicadas aumentam a probabilidade de depressão em 37%, a maior porcentagem entre os alimentos ultraprocessados estudados. E o vilão aparente são os adoçantes artificiais.

De acordo com os indicativos da pesquisa, componentes químicos presentes em bebidas, como a Diet Coke, podem causar alterações no cérebro ligadas a problemas de saúde mental. “Uma maior ingestão de alimentos ultraprocessados, especialmente bebidas adoçadas artificialmente, está associada ao aumento do risco de depressão”, afirma o Dr. Raaj Mehta, da Faculdade de Medicina de Harvard.

Ultraprocessados x depressão

Submetidos a elevados níveis de processamento, alimentos ultraprocessados contêm ingredientes que não seriam normalmente utilizados na culinária doméstica. Esse processo inclui aditivos alimentares, gorduras hidrogenadas, amido modificado, emulsificantes e corantes artificiais, de acordo com o sistema de classificação NOVA. Estes alimentos já foram associados anteriormente a obesidade, diabetes tipo 2 e câncer.

Evidências que levaram o aspartame, um adoçante artificial encontrado em muitas bebidas ultraprocessadas como a Diet Coke, a ser  rotulado como “potencialmente cancerígeno” pela Organização Mundial da Saúde em julho de 2023.

Outros efeitos dos adoçantes artificiais

Publicado na JAMA Network Open, o estudo investigou como esses alimentos afetam a probabilidade das pessoas terem depressão. Os pesquisadores acompanharam os hábitos alimentares e a saúde mental de mais de 31.000 mulheres com idade entre 42 e 62 anos. Nenhuma delas tinha depressão no início e tiveram suas dietas avaliadas por meio de questionários a cada quatro anos, de 2003 a 2017.

Além disso,  a depressão associada à utilização regular de antidepressivos. A ingestão de mais de 8,8 porções de qualquer tipo de alimento ultraprocessado por dia aumentou o risco de depressão em 49% em comparação com o consumo de menos de quatro porções diárias.

Porém, especialistas independentes afirmam que são necessários mais estudos para comprovar que os adoçantes estão causando depressão e os motivos disso. “Este estudo fornece uma visão sobre o papel potencial dos adoçantes artificiais na saúde física e mental. Mas isto precisa de confirmação através de mais investigação, para além dos dados observacionais”, explicou Dr. Sharmili Edwin Thanarajah, do Hospital Universitário de Frankfurt.