Fissura anal: o que é e quais os sinais do problema

É importante saber que as doenças orificiais são muito mais comuns do que se imagina

Sentir dor ou coceira na região anal ou notar sangramento no fezes podem ser sinais de fissura anal, uma pequena ferida ou rachadura na borda do ânus. A condição incomoda e às vezes preocupa, mas é fácil de ser tratada.

Isso pode acontecer com pessoas de qualquer idade. As principais causas são hipertonicidade anal (aumento anormal no tônus da musculatura) ou espasmo do músculo do esfíncter interno, geralmente favorecido pela ansiedade e estresse. Prisão de ventre com evacuação de fezes duras, típica de quem segue uma dieta pobre em fibras, também pode machucar a região anal.

As fissuras anais, em alguns casos, também podem estar associadas a hemorroidas e podem ser secundárias à doença inflamatória intestinal (DII), particularmente  à doença de Crohn.

A mucosa do canal anal pode sofrer pequenos cortes chamados fissuras anais
Créditos: RealPeopleGroup/istock
A mucosa do canal anal pode sofrer pequenos cortes chamados fissuras anais

Quais são os sintomas?

O primeiro sintoma a partir do qual é possível reconhecer a presença de fissura anal é a dor aguda que ocorre na região anal durante a evacuação de fezes e nas horas seguintes, com exacerbação da dor.

Além da dor, existem também outras manifestações que podem estar associadas à presença de fissuras anais, incluindo:

  • possível sangramento vermelho brilhante ao evacuar
  • coceira
  • sensação de ânus molhado

Como tratar uma fissura anal?

A fissura anal é identificada durante o exame com um proctologista, através da exploração retal e se possível anuscopia, um exame simples que não precisa de sedação.

O médico também vai levar em consideração o histórico do paciente e fazer a exclusão de outras patologias que possam levar a sintomas semelhantes (como hemorroidas, doenças sexualmente transmissíveis ou doenças inflamatórias intestinais crônicas).

Uma vez constatada a presença de uma fissura anal, o tratamento pode ser inicialmente conservador. Conforme explica a Sociedade Brasileira de Coloproctologia, o médico pode recomendar banhos de assento com água morna, pomadas anestésicas e dieta rica em fibras.

O tratamento pode ainda associar o uso de medicações tópicas especiais que reduzem temporariamente a contratura do esfíncter interno do ânus promovendo a melhora da vascularização local e consequentemente a cicatrização da fissura.

Na presença de uma fissura anal crônica (que não cicatriza), pode ser necessária uma intervenção cirúrgica: esta é uma operação que geralmente requer internação por alguns horas  e realizadas sob anestesia local com sedação mínima.

Para prevenir o aparecimento de fissuras anais, em qualquer caso, é importante manter sempre uma correta higiene da área anal e seguir uma alimentação equilibrada, com ingestão adequada de fibras e líquidos.