Fotos revelam como a cocaína pode apodrecer a pele

Médicos alertam para efeitos colaterais causados especialmente pela droga misturada a outros ativos

Médicos colombianos alertaram para efeitos colaterais raros da cocaína que incluem o apodrecimento da pele e de órgãos sexuais. Em um estudo publicado no jornal científico BMJ Case Reports, os especialistas relataram o caso de 11 pacientes usuários da droga que tiveram partes de seu rosto, membros, nádegas e barriga atingidos.

Em três pacientes, o  suprimento de sangue para os órgãos genitais foi cortado – fazendo com que a pele ficasse preta e necrosasse. Também houve casos em que a cartilagem do nariz foi atingida.

Estudo reporta os efeitos colaterais raros da cocaína
Créditos: reprodução/BMJ Case Reports
Estudo reporta os efeitos colaterais raros da cocaína

O grupo estudado tinha idade entre 31 e 39 anos, nove deles eram homens e todos usavam cocaína há mais de dois anos.

Além das preocupações com a pele, os médicos também observaram problemas nas articulações e nos pulmões.

Usuário ficou com uma bolha de sangue na ponta do nariz por consumir cocaína misturada a medicamento veterinário
Créditos: reprodução/BJM Case Reports
Usuário ficou com uma bolha de sangue na ponta do nariz por consumir cocaína misturada a medicamento veterinário

Droga com ativos perigosos

A droga, segundo os pesquisadores, é perigosa por si só, mas os danos podem ser ainda maiores quando é misturada a outros ativos, o que acontece frequentemente.

Segundo o estudo, quase toda a cocaína e o crack vendidos nas ruas são diluídos por pelo menos um outro produto químico. Geralmente, são utilizados anestésicos locais, como benzocaína, lidocaína e fenacetina.

Há casos em que é adicionada levamisol, um agente anti-vermes que é dado a vacas e cavalos.

Homem ficou com a orelha preta após uso frequente da cocaína
Créditos: BMJ Case reports
Homem ficou com a orelha preta após uso frequente da cocaína

Além desses efeitos colaterais raros, a cocaína pode provocar em qualquer pessoa ataque de pânico, ataque cardíaco ou derrame, danos cerebrais e graves problemas de saúde mental, incluindo ideias paranoicas.

Tratamento para dependência química

É possível buscar ajuda gratuita para tratar a dependência química. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), programa do governo federal, fazem esse trabalho de acolhida a pessoas que fazem o uso prejudicial de álcool e/ou outras drogas.

Essa modalidade especializada em transtornos pelo uso de álcool e/ou outras drogas (ad) atende pessoas de todas as faixas etárias em cidades e ou regiões com pelo menos 70 mil habitantes.

Quando o município não tem uma unidade do CAPS, as pessoas são orientadas a buscar ajuda na atenção básica, que é a porta de entrada dos SUS.