Guia vegetariano para crianças reúne orientações e receitas

A falta de informações é um dos principais motivos que desencorajam pais vegetarianos a estender o mesmo tipo de alimentação para os filhos pequenos. Exatamente por isso, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) lançou um Guia alimentar vegetariano inteiramente gratuito voltado para bebês e crianças até os dois anos de idade. A ideia é promover informação de qualidade que desmistifiquem tabus associados à nutrição infantil.

O material foi elaborado por médicos e nutricionistas com linguagem acessível e pode ser baixado neste link.  Nele, os pais encontram dicas para fazer o planejamento alimentar, lista com os principais nutrientes, cuidados médicos e suplementação. Também são apresentadas receitas sem carne criadas por nutricionistas e ativistas veganas que também são mães.

Mas muitos ainda têm dúvida. Será que a dieta sem carne é apropriada para quem está em plena fase de desenvolvimento?

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De acordo com o Academy of Nutrition and Dietetics (antiga ADA) e e o Conselho Regional de Nutrição da 3ª Região (CRN-3), a alimentação vegetariana pode ser seguida em todos os ciclos de vida, inclusive durante a gestação, lactação e infância.

“O parecer da ADA considera ainda que a dieta vegetariana, apropriadamente planejada, é saudável, nutricionalmente adequada e promove benefícios à saúde, prevenindo doenças”, explica um trecho do guia, que também ressalta a importância de um acompanhamento profissional, assim como em qualquer outra dieta.

O Guia Alimentar Vegetariano da SVB também aborda que o único elemento necessário impossível de ser obtido com a dieta vegetariana estrita é a vitamina B12, tendo em vista que as fontes alimentares seguras dessa vitamina são as carnes, ovos e laticínios.

“Não há nenhuma necessidade das crianças vegetarianas serem submetidas a consultas médicas ou exames laboratoriais mais frequentes do que é recomendado às crianças onívoras”, esclarece outro trecho do guia.

Vegetarianos no Brasil

No Brasil, 14% da população se declara vegetariana, segundo pesquisa do IBOPE Inteligência conduzida em abril de 2018. Isso representa um total de 30 milhões de pessoas que não comem nenhum tipo de carne.

Nas regiões metropolitanas de São Paulo, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro este percentual sobe para 16%. A estatística representa um crescimento de 75% em relação a 2012, quando a mesma pesquisa indicou que a proporção da população brasileira nas regiões metropolitanas que se declarava vegetariana era de 8%.

O mesmo levantamento também observou um crescimento rápido no interesse por produtos veganos (livres de qualquer ingrediente de origem animal).

Mais da metade dos entrevistados (55%) declara que consumiria mais produtos veganos se estivessem melhor indicados na embalagem ou se tivessem o mesmo preço que os produtos que estão acostumados a consumir (60%). Nas capitais, esta porcentagem sobe para 65%.