Homem trans dá à luz em SP: ‘Papai fez muito esforço em sua saída’

"Momento tão mágico e animalesco", descreve o pai após o parto

Apolo, um bebê gerado por homem trans chegou ao mundo na última quinta-feira, 9, cercado de amor. O menino é fruto da união de um casal de artistas trans, Isis Broken e Lourenzo Gabriel, conhecido pelo nome artístico Aqualien. O músico Aqualien foi quem gerou a criança.

“Papai fez muito esforço e colocou muito amor em sua saída, mamãe ficou horas em pé sem conseguir pregar o olho pra te ter por perto o máximo possível”, publicou o casal em suas redes sociais após o nascimento do filho.

Homem trans dá à luz em São Paulo e descreve momento como mágico
Créditos: reprodução/Instagram/Aqualienn
Homem trans dá à luz em São Paulo e descreve momento como mágico

O bebê nasceu de parto normal e saudável. Nas redes sociais dos pais, amigos enviaram várias mensagens de apoio e comemoração pela chegada de Apolo.

O casal também explicou o significado do nome do filho: “Apolo significa espírito de calor, e não poderia ter outro nome ou significado que preenchesse tudo que senti nesse momento tão mágico e animalesco”.

Apolo chegou ao mundo de parto natural
Créditos: reprodução/Instagram/Aqualienn
Apolo chegou ao mundo de parto natural

Em entrevista à revista Crescer, Aqualien contou que não planejava a gravidez.

“Eu tomava hormônio há cerca de 4 anos e, por causa de falta de médicos especializados em sexualidade e gênero no Guarujá, parei de fazer a hormonização. Mas como eu tomei por tanto tempo, pensei que poderia ser estéril, já que a testosterona pode afetar o útero. Então, nem cogitei a possibilidade disso acontecer”, disse.

Ele também contou que ao ser descobrir gestante, teve que deixar de tomar os hormônios, o que fez seu corpo voltasse a ter formas mais femininas, como antes.

“Foi um processo de redescobrir meu próprio corpo, aprender a me enxergar de uma nova perspectiva e entender que meu corpo — o corpo de um homem —, também pode gerar uma vida, e que também é um privilégio. Hoje, entendo que é um processo no qual precisei passar. E quando acabar, vou poder voltar a me hormonizar. Hoje, entendo que meu corpo é um corpo potente, político e revolucionário”, afirmou à Crescer.