Inchaço nessas partes do corpo pode indicar doença grave
O edema pode ser um sintoma de várias condições médicas, algumas das quais podem ser graves e exigir atenção médica imediata
O inchaço em qualquer parte do corpo pode sinalizar inúmeras condições ou reações do organismo. Algumas mais passageiras, mas outras às vezes podem indicar uma doença que requer atenção médica.
A doença hepática gordurosa é um exemplo. Sem tratamento, o fígado gorduroso pode evoluir para cirrose hepática e causar danos irreversíveis ao órgão.
A doença hepática gordurosa ocorre quando há um acúmulo excessivo de gordura no fígado.
É uma ocorrência comum em adultos devido ao consumo excessivo de álcool (doença hepática gordurosa induzida pelo álcool) ou doença hepática gordurosa não alcoólica devido a um estilo de vida sedentário, obesidade e diabetes.
Quando o inchaço preocupa?
Inchaço nas pernas e tornozelos
Quando o fígado está comprometido devido ao acúmulo excessivo de gordura e inflamação, sua capacidade de produzir proteínas importantes, como a albumina, pode ser afetada.
A albumina é uma proteína que desempenha um papel fundamental na regulação dos fluidos corporais.
Quando os níveis de albumina diminuem devido à disfunção hepática, a capacidade do corpo de manter os fluidos nos vasos sanguíneos é comprometida, levando ao vazamento de fluidos para os tecidos circundantes, incluindo as pernas, resultando em edema.
Abdômen (ascite)
Os sinais potentes de doença hepática avançada são ascite (ou seja, o acúmulo de líquido na cavidade abdominal).
A inflamação e cicatrizes do fígado causam alta pressão nos vasos sanguíneos do fígado, o que é hipertensão portal.
Este aumento da pressão pode causar vazamento de fluido dos vasos sanguíneos do fígado para a cavidade abdominal da pessoa e ela pode sentir inchaço e desconforto abdominal.
É sempre necessário verificar esse fluido para descartar outras causas de ascite, como tuberculose e câncer.
Inchaço nos pés
Além do inchaço nas pernas e tornozelos, pode haver edema nos pés quando se tem um nível grave de doença hepática gordurosa.
Em estágios avançados da doença, pode ocorrer cirrose hepática, uma condição na qual o tecido hepático saudável é substituído por tecido cicatricial.
A cirrose pode levar a um aumento adicional da pressão no sistema portal, bem como a uma diminuição da produção de albumina pelo fígado, contribuindo para o desenvolvimento de edema nos pés e tornozelos.
O que causa doença hepática gordurosa?
Uma série de fatores interconectados desencadeiam sua manifestação e progressão da doença hepática gordurosa.
Desde hábitos alimentares até predisposição genética, vários elementos contribuem para o desenvolvimento dessa patologia.
Em primeiro lugar, é importante destacar o papel central da dieta na doença hepática gordurosa.
O consumo excessivo de gorduras saturadas, açúcares refinados e alimentos processados contribui significativamente para o acúmulo de lipídios no fígado.
Além disso, o alto consumo de frutose, presente em bebidas açucaradas e alimentos industrializados, está associado ao desenvolvimento da esteatose hepática não alcoólica (NAFLD), uma forma comum de doença hepática gordurosa.
Ademais, fatores relacionados ao estilo de vida, como o sedentarismo, estão intimamente ligados ao aumento do risco.
A atividade física regular não apenas promove a queima de gordura, mas também melhora a sensibilidade à insulina e reduz a deposição de gordura no fígado.
Além disso, o ambiente hormonal e metabólico desempenha um papel significativo na predisposição à doença hepática gordurosa.
Dessa forma, condições como obesidade, diabetes tipo 2 e resistência à insulina estão fortemente associadas ao desenvolvimento da condição.
Outro fator importante é a genética. Estudos demonstraram que a predisposição genética desempenha um papel significativo na susceptibilidade individual à doença hepática gordurosa.