Infecção estomacal comum está associada a maior risco de Alzheimer
Cientistas descobriram que uma bactéria presente em dois terços da população pode estar relacionada ao risco da doença
Uma infecção bacteriana comum que causa problemas estomacais em dois terços da população mundial pode estar aumentando o risco de desenvolver a doença de Alzheimer.
Pesquisadores no Canadá descobriram que esta bactéria, Helicobacter pylori (H. pylori), aumenta as chances de aparecimento da doença de Alzheimer em mais de 10% entre os adultos mais velhos.
Os dados foram publicados em 13 de dezembro no periódico Alzheimer’s & Dementia.
Normalmente, o H. pylori causa infecções bacterianas nas pessoas, provocando indigestão, gastrite e úlceras. A equipe da Universidade McGill observa que isso pode até contribuir para o desenvolvimento do câncer de estômago.
A nova pesquisa examinou possíveis ligações entre esse problema estomacal e seu impacto no cérebro.
Como foi feito o estudo
Os pesquisadores analisaram dados de saúde de mais de quatro milhões de pessoas no Reino Unido com mais de 50 anos entre 1988 e 2019.
Aqueles que apresentavam sintomas de uma infecção por H. pylori tinham um risco 11% maior de desenvolver Alzheimer – a forma mais comum de demência em todo o mundo.
Ao todo, 40.455 pacientes foram diagnosticados com doença de Alzheimer. Em comparação com a ausência de exposição à infecção clinicamente aparente por H. pylori, a exposição foi associada a um aumento “moderado, mas estatisticamente significativo” no risco de doença de Alzheimer.
Os autores do estudo estão esperançosos de que a descoberta leve a novas formas de prevenir a doença de Alzheimer.
Embora novos tratamentos tenham sido aprovados recentemente para uso, não há cura definitiva para a doença. O novo estudo conclui que o próximo passo pode começar no intestino, não no cérebro.
Causas relacionadas ao Alzheimer e sintomas
A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta principalmente a memória, o pensamento e o comportamento. As causas exatas do Alzheimer ainda não são totalmente compreendidas, mas há vários fatores que têm sido associados ao seu desenvolvimento.
Confira alguns dos fatores de risco e possíveis causas relacionadas ao Alzheimer:
Idade:
O envelhecimento é o maior fator de risco para o Alzheimer. A maioria das pessoas com a doença tem 65 anos ou mais.
Genética:
Histórico familiar de Alzheimer aumenta o risco. Mutações genéticas específicas foram identificadas como contribuintes para formas hereditárias raras da doença.
Proteína beta-amiloide:
Placas de proteína beta-amiloide se acumulam no cérebro de pessoas com Alzheimer. Essas placas podem interferir nas comunicações entre as células nervosas.
Inflamação cerebral:
Processos inflamatórios no cérebro têm sido associados ao Alzheimer. Células do sistema imunológico no cérebro, chamadas microglias, podem desencadear uma resposta inflamatória excessiva.
Estilo de vida e saúde cardiovascular:
Fatores de risco para doenças cardiovasculares, como pressão alta, diabetes, obesidade e colesterol alto, também estão associados a um maior risco de Alzheimer. Manter um estilo de vida saudável pode ajudar a reduzir esses riscos.
Traumatismo craniano:
Lesões na cabeça, como concussões, podem aumentar o risco de desenvolver Alzheimer, especialmente se ocorrerem repetidamente.
Fatores ambientais:
A exposição a certos produtos químicos ou toxinas ambientais pode aumentar o risco.
Estilo de vida e fatores sociais:
Fatores como isolamento social, falta de atividade física, tabagismo e dieta pouco saudável têm sido associados a um maior risco.