Jovem com duas vaginas conta como é viver com a anomalia

Cuiabana faz sucesso nas redes sociais ao abordar o assunto com leveza e bom-humor

19/08/2021 09:47

A jovem Maysa Rodrigues tem uma condição congênita rara. Ela possui duas vaginas e dois úteros, anomalia conhecida por útero didelfo. Ela só descobriu isso aos 17 anos, na primeira consulta com o ginecologista.

“No ultrassom, o médico falou: ‘uau, você tem dois úteros. você não sabia?’. Eu falei que nunca tinha ido no ginecologista e não fazia a mínimo ideia de que isso existia. O médico continuou o ultrassom e de repente ele falou que eu tinha dois colos uterinos. Aí, eu falei: ‘Dr., o senhor já está me assustando’. Ele explicou que era uma anomalia e que faríamos uma transvaginal. Na transvaginal, ele falou: ‘Isa, você também nasceu com duas cavidades vaginais'”, lembra ela.

Nessa época, Maysa já era casada e sentia dores durante a relação sexual. O ginecologista explicou que o incômodo durante o sexo era porque uma cavidade estava com o hímen rompido, mas a segunda não.

Apesar de possuir dois úteros, dois colos uterinos e dois canais vaginais, externamente Maysa tem uma vulva e um clitóris, o que faz com que essa anomalia seja quase imperceptível.

Maysa conta nas redes sociais como descobriu ter duas vaginas
Maysa conta nas redes sociais como descobriu ter duas vaginas - reprodução/instagram/isacamaroo

A cuiabana resolveu tratar com naturalidade a condição e fala abertamente, em suas redes sociais, sobre como é viver com duas vaginas e dois úteros. Em um vídeo no Youtube, ela conta como foi essa primeira consulta ao ginecologista e, em seu perfil no Instagram e no TikTok, responde as dúvidas das seguidoras sobre a anatomia.

Útero didelfo

O útero didelfo é uma das malformações uterinas que acaba formando dois úteros, podendo ter cada um a sua abertura, ou terem ambos o mesmo colo uterino. A condição rara atinge 1 em cada 3 mil mulheres.

Assim como no caso de Maysa, a maioria das mulheres só descobre a condição na primeira consulta ao ginecologista.

A condição não impede a mulher de engravidar, porém, o risco de infertilidade, aborto e parto prematuro é muito maior do que nas mulheres com um útero normal.

O útero didelfo pode não ter manifestações sintomáticas para algumas mulheres, mas outras podem sofrer com cólicas menstruais intensas, menstruação com frequência irregular e/ou fluxo escasso, além de dor durante a relação sexual.