Entenda a ligação entre gordura oculta da barriga e Alzheimer

Barriga de cerveja refere à gordura visceral ao redor da cintura-quadril. Poucos sabem, mas essa gordura da barriga altera nossa função cerebral, podendo aumentar o risco de Alzheimer.

Naturalmente, surgem algumas questões: como isso acontece e como pode ser evitado? 

O que é a doença de Alzheimer?

A doença de Alzheimer é caracterizada por lapsos de memória, comprometimento da linguagem e falta de julgamento.

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Esses sintomas acontecem por causa da degeneração dos neurônios e pela presença de proteínas anormais no cérebro.

À medida que a doença avança, mais neurônios degeneram, resultando em sintomas graves que interferem nas atividades da vida diária.

Embora os medicamentos possam ajudar a controlar alguns sintomas, não conseguem reverter a doença e, portanto, a comunidade médica concentra-se na prevenção da demência.

Não é possível alterar alguns dos fatores de risco da demência – por exemplo, idade e genética.

No entanto, dá para modificar outros fatores para reduzir o risco da doença de Alzheimer.

Um dos fatores de risco modificáveis ​​para a doença de Alzheimer é justamente a gordura da meia-idade ou a gordura da barriga.

Essa gordura visceral pode levar a problemas crônicos de saúde, como doenças cardiovasculares e metabólicas.

Como saber se temos gordura visceral?

A gordura visceral pode ser diagnosticada por modalidades de imagem, como ressonância magnética ou medidas de dobras cutâneas.

Mas medições simples com fita muitas vezes são suficientes para fazer um diagnóstico preliminar.

A American Heart Association observa que uma circunferência da cintura superior a 101 centímetros para homens e superior a 88 centímetro para mulheres seria considerada com sobrepeso/obesidade.

A Organização Mundial da Saúde recomenda medir a relação cintura-quadril, que precisa ser de 0,85 ou menos para mulheres e 0,9 ou menos para homens.

Valores mais elevados indicam presença de gordura abdominal.

A localização do depósito de gordura é importante?

Dependendo da sua localização, os depósitos de gordura podem causar diversas doenças.

A pesquisa mostrou que o tecido adiposo visceral aumenta o risco de doenças cardiovasculares e síndrome metabólica.

Estas duas doenças, por sua vez, aumentam o risco da doença de Alzheimer.

Em outras palavras, a gordura da barriga é mais perigosa do que o aumento geral do índice de massa corporal (IMC).

Como a gordura da barriga influencia a função cerebral?

A gordura visceral está associada a mudanças estruturais no cérebro.

 O aumento da gordura visceral está associado à diminuição do volume cerebral total. 

O aumento da gordura visceral também pode implicar em um córtex mais fino, que é a camada superior do cérebro.

A gordura visceral se correlaciona com um hipocampo menor, a área do cérebro que se encontra ativa em tarefas de memória.

As alterações decorrentes pela gordura visceral não se limitam à estrutura, mas também impactam a função do cérebro.

Acontece que essa gordura secreta vários hormônios, como leptina, chemerina e resistina.

Quando a gordura da barriga aumenta, os padrões alterados de secreção desses hormônios resultam em neuroinflamação, neurodegeneração, aumento do estresse oxidativo e acúmulo de proteínas anormais no cérebro.

Eventualmente, os pacientes apresentam déficits cognitivos, como comprometimento do desempenho da memória, lapsos de atenção e mau julgamento.