Médicos chineses afirmam ter curado diabetes tipo 2
Um homem de 59 anos com a doença que precisava de múltiplas injeções de insulina diariamente recebeu um inovador transplante de células
Um grupo de médicos e cientistas chineses conseguiram um marco inédito: a cura de um paciente com diabetes tipo 2, utilizando uma terapia celular.
O tratamento pioneiro foi desenvolvido por uma equipe do Hospital Changzheng de Xangai, do Centro de Excelência em Ciência de Células Moleculares da Academia Chinesa de Ciências. A revista Cell Discovery publicou os resultados do estudo em 30 de abril.
O paciente, um homem de 59 anos que convivia com diabetes tipo 2 há 25 anos, corria sério risco de complicações da doença.
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Ele fez um transplante de rim em 2017, mas perdeu a maior parte da função das ilhotas pancreáticas, que controla os níveis de glicose no sangue. Desde então, ele dependia de injeções de insulina todos os dias.
Cura para diabetes com tratamento celular
Os médicos submeteram o paciente ao transplante de células em julho de 2021.
Em onze semanas, ele não precisou mais de aplicações de insulina.
Ao longo do ano seguinte, ele reduziu gradualmente até parar de tomar medicação oral para controle do açúcar no sangue.
Ainda segundo os pesquisadores, exames de acompanhamento mostraram que a função das ilhotas pancreáticas do paciente foi efetivamente restaurada.
Como o tratamento funciona?
Os médicos utilizaram células mononucleares do sangue do próprio paciente e, usando um novo coquetel químico, as reprogramaram em células-tronco.
Em seguida, a equipe reconstruiu o tecido de pequenos grupos de células especiais no pâncreas (chamadas de ilhotas pancreáticas, responsáveis por produzir insulina) em um ambiente artificial.
Essas células do pâncreas são responsáveis por produzir insulina e informar ao corpo quando extrair o açúcar dos alimentos para obter energia.
Esta abordagem aproveita as capacidades regenerativas do corpo, um campo emergente conhecido como medicina regenerativa.
Quais as implicações desta descoberta?
Os cientistas envolvidos no tratamento observaram que se esta abordagem de terapia celular se mostrar eficaz em estudos maiores, ela poderá libertar os pacientes dos medicamentos, melhorar a saúde e a qualidade de vida e reduzir os gastos com saúde.
No entanto, eles enfatizam a necessidade de mais estudos envolvendo uma quantidade maior de amostras de pacientes para validar estes resultados promissores.
O que é o diabetes tipo 2?
O diabetes tipo 2 é uma condição crônica caracterizada pela resistência à insulina e pela incapacidade do corpo de usar adequadamente este hormônio. Sem tratamento, isso pode levar a níveis elevados de açúcar no sangue.
Com o tempo, o diabetes tipo 2 pode causar sérios danos ao corpo, especialmente aos nervos e aos vasos sanguíneos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 95% das pessoas com diabetes têm o tipo 2.
Quais os sintomas do diabetes tipo 2?
Os sintomas do diabetes tipo 2 podem ser sutis e desenvolver-se gradualmente, tornando, assim, difícil o diagnóstico precoce.
Sintomas comuns incluem aumento da sede e da fome, micção frequente, fadiga, visão turva, feridas de cicatrização lenta e infecções frequentes.
Se não tratado, o diabetes tipo 2 pode levar a complicações sérias, como doenças cardiovasculares, neuropatia, nefropatia, retinopatia e amputações.
Qual a diferença entre diabetes tipo 1 e 2?
A principal diferença entre diabetes tipo 1 e tipo 2 está na forma como o corpo lida com a insulina.
No diabetes tipo 1, o sistema imunológico ataca e destrói as células beta do pâncreas, que produzem insulina, resultando em pouca ou nenhuma produção de insulina.
Isso geralmente ocorre na infância ou adolescência, e as pessoas com diabetes tipo 1 precisam de injeções diárias de insulina para controlar os níveis de glicose no sangue.
Por outro lado, no diabetes tipo 2, o corpo desenvolve resistência à insulina e não a utiliza de maneira eficaz, além de eventualmente não produzir insulina suficiente.
Esse tipo é mais comum em adultos, frequentemente associado à obesidade e estilo de vida sedentário, e pode ser gerenciado com mudanças na dieta, aumento da atividade física, medicamentos orais e, em alguns casos, insulina.